17 de fevereiro de 2008 | 14:19

Verba indenizatória: muito estardalhaço por nada

Curiosamente, em meio às escandalosas descobertas sobre o uso dos cartões corporativos para despesas pessoais e familiares do presidente Lula, um petista presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (SP), resolve expor os gastos dos colegas com a verba indenizatória.

Em seguida, uma ONG com ares de “paladina” da moralidade os condena, a imprensa reproduz acriticamente seus comentários e, na Bahia, Alice Portugal, uma comunista com trajetória de árdua batalhadora, é situada entre as “campeãs” de gastos no recesso parlamentar, com direito ao tradicional e irreparável massacre midiático.

Afinal, qual é o problema de se usar a verba indenizatória no recesso parlamentar? Será que a imprensa e a ONG desejam que os deputados aproveitem o período para pegar onda no Havaí ou visitar o Museu do Louvre? Se os parlamentares trabalham no recesso, por que suspender a verba?

Na República petista é assim: quanto mais se misturam alhos com bugalhos, melhor. Porque vira tudo farinha do mesmo saco e a opinião pública toma todos pelo mesmo, numa indiferenciação contínua que em nada contribui para que se fiscalize o que, efetivamente, precisa de controle.

Por falar em ONGs, hoje em seu blog o jornalista Josias de Souza, da Folha, revela que a crise dos cartões está ofuscando a CPI destinada a investigar o sumiço de R$ 32 bi distribuídos pelo governo a 7.670 delas em todo o País de 1999 a 2006.  Ou quer mais?

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