29 novembro 2024
Aposta pessoal do governador Jaques Wagner (PT), a indicação do deputado federal petista Rui Costa para a chefia da Casa Civil, cuja solenidade de posse acontece nesta quinta-feira, teria aberto uma crise de grandes proporções numa corrente do partido. Desde a saída de Eva Chiavon do cargo, há meses, a Democracia Socialista, hoje uma das mais expressivas tendências petistas na Bahia, dado o espaço que conquistou no governo, teria se mobilizado para indicar seu sucessor na Casa Civil.
Inicialmente, um dos políticos que teria se articulado para assumir o posto, responsável pela gestão do governo, teria sido o senador Walter Pinheiro, de olho na visibilidade que ele poderá proporcionar para qualquer petista interessado em ser escolhido candidato de Wagner à sua própria sucessão, em 2014, time no qual, por temperamento, é um dos jogadores mais ofensivos. Mas o desejo de suceder Eva animou igualmente outros membros da mesma corrente do PT, ampliando desavenças em seu núcleo.
Circula em largas faixas do PT a informação de que dois quadros até então ligadíssimos a Pinheiro, o atual ministro Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário) e o secretário estadual de Comunicação, Robinson Almeida, teriam aproveitado o momento para dar seu grito de liberdade em relação a ele. Juntos, os dois teriam tentado emplacar Robinson no lugar de Eva num momento em que Wagner não havia ainda anunciado seu preferido para o posto. Desde o primeiro mandato de Wagner no governo, é voz corrente na legenda que Robinson não reza mais na cartilha de Pinheiro. E Florence também.
Indicado por Pinheiro para a secretaria de Comunicação do governo, Robinson teria, no curso da primeira gestão de Wagner, ampliado seus vínculos com o governador e se afastado de Pinheiro, num movimento que teria eclodido com a revelação de divergências nítidas na condução da DS. O mesmo fenômeno teria ocorrido com Florence, que antes de virar ministro da presidente Dilma Rousseff foi secretário de Desenvolvimento Urbano de Wagner também por indicação de Pinheiro.
O ministro e o secretário de Comunicação teriam começado a se unir na DS na mesma medida em que se afastavam de Pinheiro, assumindo, no período, praticamente o controle da tendência. Corre, no seio da própria DS, que o governador teria, no entanto, se fingido de morto ante as insinuações da DS para colocar Robinson na Casa Civil. Primeiro, por achar que Rui lhe será muito mais útil no lugar de Eva. Depois, por não ter visto até agora motivos para mudar seu secretário de Comunicação, segundo uma fonte revela ao Política Livre.