29 novembro 2024
Se a morte é o momento em que faltam as palavras, no Cemitério Quinta dos Lázaros, na Baixa de Quintas, faltam palavras, cova e até coveiro. A situação do único cemitério administrado pelo governo do estado anda tão crítica que alguns funcionários confirmaram ontem ao CORREIO que estão aceitando o pagamento por fora das famílias para realizarem sepultamentos. Com salários atrasados há três meses, em operação-padrão como forma de protesto, coveiros admitem que recebem gratificações. “É necessidade. A gente tem que comer, né?”, disse um deles, sem se identificar. O Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza da Bahia (Sindilimp) confirma o fato e sai em defesa da categoria. “Questão de desespero. O pessoal acaba aceitando R$ 30, R$ 40 ou R$ 50”. Terceirizados O pagamento de um dos meses de salários atrasados na terça-feira atenuou a situação, mas não impediu que os funcionários continuassem a operação- padrão. Ontem, apenas quatro enterros foram realizados. Normalmente, são dez por dia. Terceirizados da empresa White Limp Serviços de Manutenção, os coveiros denunciam que chegaram a ficar quatro meses sem receber e três anos sem tirar férias. Leia mais no Correio.