Foto: Emerson Nunes/Política Livre
Quem um dia acreditou que o PCdoB ia fazer oposição ao PT de Jaques Wagner se deu mal 27 de junho de 2012 | 10:37

EXCLUSIVO: “Amor” ao governo Jaques Wagner leva PCdoB a ficar com Pelegrino

salvador

O PCdoB nadou, nadou, nadou, mas vai morrer na praia, provavelmente nesta quinta-feira. E é melhor que aproveite logo a chance de fazer de sua deputada federal Alice Portugal candidata a vice de Nelson Pelegrino (PT), antes que o PDT se antecipe e ocupe o posto, o que também não é nada improvável.

Com o anúncio feito ontem pelo PTB de marchar com a candidatura petista e na iminência de o PDT fazer o mesmo nas próximas horas, aos comunistas não restará alternativa, senão a de também se aliar a Nelson Pelegrino na corrida sucessória. E antes que seja tarde demais.

Com a atitude, o PCdoB abre mão de se colocar como uma alternativa ao PT no campo da esquerda à sucessão do prefeito João Henrique (PP). Desde o início, aliados como PDT e PTB, igualmente insatisfeitos com o PT, viram no lançamento de Alice a perspectiva de constituírem um novo pólo eleitoral em Salvador.

Formariam, como denominou a imprensa, o blocão. Então, avaliavam que o melhor nome, inclusive, pela estrutura que seu partido detém, seria o da deputada. Mas não tardaram a perceber que a candidatura do PCdoB estava no ar mais como elemento de barganha com o próprio PT do que para efetivamente lutar pela Prefeitura.

Consta que neste mês de junho um partido grande e que não integrava o bloco foi procurado por um dos dirigentes comunistas para discutir uma eventual aliança em torno de Alice. O camarada foi surpreendido com uma pergunta pragmática do interlocutor:

– Antes de discutirmos qualquer aliança, amigo, voce precisa dizer se a candidatura de Alice é pra valer mesmo. O atalho lançado pelo experiente político com quem o dirigente do PCdoB se avistava encerrou, naturalmente, a conversa por ali. Ao ficar com Pelegrino, o PCdoB fica também – e principalmente – no governo Jaques Wagner.

Políticos mais prudentes acham que, pelo espaço que os comunistas ocupam na administração estadual, eles nunca nem deveriam ter pensado na hipótese de fazer oposição ao candidato petista. O estouro da greve dos professores estaduais, inicialmente atribuído ao PCdoB, mas hoje aparentemente sem controle partidário, os fragilizou ainda mais.

Mas agora, pelo visto, com a capitulação da camarada comunista Alice Portugal, que pode anunciar sua decisão de desistir da disputa para apoiar Pelegrino nesta quinta-feira, tudo deve voltar a entrar nos eixos. Sem revanche a longo prazo por parte dos petistas.

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Raul Monteiro
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