01 de julho de 2012 | 18:21

Pesquisa Demais e de Menos

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Nas democracias avançadas, quando se fala em pesquisa, subentende-se “de opinião pública”. São tão habituais que é desnecessário explicá-las.

No Brasil, acontece um fenômeno diferente. A palavra pesquisa está fortemente ligada ao contexto político-eleitoral. Ela se confunde com a ideia de “intenção de voto”.

Nosso sistema político usa muito parcimoniosamente as pesquisas de opinião pública. Temos, por exemplo, a cada semestre, não mais que três ou quatro pesquisas – destinadas à divulgação – de avaliação do governo federal e de aspectos específicos da realidade nacional.

É claro que existem outras, feitas para consumo interno – de monitoramento de opiniões e sentimentos ou para subsidiar a política de comunicação do governo. Também acontecem pesquisas para identificar modos de utilização e níveis de satisfação com políticas particulares. São raramente publicadas.

Algo semelhante ocorre no plano estadual e municipal. Governos estaduais e prefeituras mandam fazer pesquisas análogas às que a União contrata – sempre de uso restrito.

A população só tem acesso, portanto, às poucas que a imprensa e algumas entidades – em especial as organizações patronais – mandam fazer.

É menos que o padrão internacional.

Até os maiores grupos de comunicação não consideram – pelo que parece – necessário saber o que pensa a opinião pública. Se aprova ou desaprova medidas tomadas pelos governos, se concorda ou discorda com propostas em discussão, se faz ou deixa de fazer alguma coisa.

Salvo exceções – muitas de relevância menor (“Qual o time de futebol com mais torcedores?”) – a imprensa realiza seu trabalho sem dar importância às pesquisas de opinião.

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Marcos Coimbra
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