Foto: Mário Pinho/ Política Livre
Manifestantes saíram do Campo Grande com destino ao Dique do Tororó 08 de setembro de 2013 | 12:40

Protesto em SSA se resumiu a tentativa de briga com PMs

exclusivas

Quem foi ao Campo Grande, no Centro de Salvador, na tarde de ontem para acompanhar a manifestação intitulada “Operação 7 de setembro”, se decepcionou. As pautas nacionais que eram prioridade do protesto foram esquecidas em proveito de apenas uma: o enfrentamento com a policia. Muitos mascarados estiveram entre os mais de 300 presentes no ato que saiu do Campo Grande com destino ao Dique do Tororó. Poucas foram as palavras de ordem que cobravam o metrô, repudiavam a Copa do Mundo de 2014 e  xingavam governantes. A maior parte do tempo os manifestantes ofendiam a mídia e a Polícia Militar, inclusive os chamando para a briga: “tira a farda e vem pra mão”.

Ainda no Campo Grande, na altura do Forte de São Pedro, o primeiro tumulto. Servidores penitenciários que participavam da manifestação foram expulsos aos gritos. “Eles chamaram todos pro protesto e nós viemos. Agora nos retiraram. Só queremos lutar pela PEC 300, é o nosso direito”, afirmou Paulo, um dos servidores excluídos. Mais a frente, na Av. 7 de Setembro, manifestantes tentavam desamarrar as cordas usadas para conter o público que assistiu o desfile durante a manhã. A PM precisou intervir. Na altura do Shopping Center Lapa, repórter e cinegrafista da TV Band foram hostilizados. Aos gritos de “a Band mente”, os manifestantes impediram filmagens e atrapalharam o trabalho dos jornalistas.

O desejo dos manifestantes foi atendido no mesmo local do intenso protesto de junho. Na porta do Colégio Central, na Av. Joana Angélica, PMs da Companhia Independente de Policiamento Especializado (CIPE) estavam a postos para conter o protesto. Com bombas de efeito moral os policiais fizeram recuar os manifestantes, que tentaram responder com pedradas. Na fuga, eles deixaram os rastros da baderna: dois ônibus apedrejados, um incendiado e placas de trânsito arrancadas. Na Praça da Piedade, os pontos de ônibus foram destruídos, banheiros químicos foram jogados na pista, uma agência do Banco do Brasil foi apedrejada, assim como algumas lojas. Nem a sede da Secretaria de Segurança Pública escapou das pedradas.

Os manifestantes foram completamente dispersados por viaturas das Rondas Especiais (Rondesp), nas proximidades do viaduto de São Raimundo. Mais de 40 foram presos. Um outro grupo se reencontrou no Campo Grande e seguiu para à 1ª delegacia dos Barris na tentativa de negociar a liberação dos detidos.

Mário Pinho
Comentários