Posição de Neto sobre 2014 destoa frontalmente do PMDB

“Antecipar não quer dizer sucesso, às vezes é ruim”. A frase, dita neste final de semana a A Tarde, mas menosprezada pelo jornal, é do prefeito ACM Neto (DEM) e traduz seu sentimento com relação ao tempo para a definição da candidatura das oposições ao governo.

Ela foi dada mesmo depois da escolha de Rui Costa como candidato do PT a governador. Na verdade, a escolha de Rui pelo partido do governador Jaques Wagner, que, naturalmente, jogará todas as fichas nele, não assustou a maioria dos líderes da oposição.

Eram favas quase contadas. Nem o fato de agora existirem duas candidaturas definidas – a de Rui e a da senadora Lídice da Mata (PSB) – foi capaz de provocar qualquer frisson. Mas o posicionamento de Neto é um divisor de águas.

Quem fala, provavelmente munido de informações que lhe dão alguma tranquilidade, é hoje o maior quadro das oposições na Bahia por dois motivos: além de governar a capital, é o nome que aparece melhor posicionado nas intenções de voto ao governo.

Se por acaso decidisse renunciar à Prefeitura para disputar a sucessão, pagando o ônus e o bônus da decisão depois, Neto causaria um estrago considerável nos projetos de candidaturas oposicionistas e nos planos de Wagner de eleger Rui.

Ele também se baseia em sua própria experiência para justificar a inexistência de pressa. Lembra que no ano passado só se tornaria candidato em abril e, ainda assim, sozinho. O PSDB se aproximaria depois, em maio.

Enquanto isso, o candidato do PT, Nelson Pelegrino, por coincidência, foi escolhido desde dezembro. Quem ganhou? As palavras de Neto não precisam de tradução: não contem com ele os candidatos que desejarem a definição para já.

A lista inclui Paulo Souto (DEM), José Carlos Aleluia (DEM), João Gualberto (PSDB) e Geddel Vieira Lima (PMDB). Ocorre que, entre eles, o único que quer ver a candidatura saindo agora, sob o argumento de que Rui já está na praça e Lídice também, é o peemedebista.

De quem, portanto, o pensamento de Neto destoa?