Vereadores do PT fazem boicote à posse de Edson Valadares

A posse de Edson Valadares na presidência do PT de Salvador, na última sexta-feira, deveria melhorar, mas ampliou o fosso entre ele e a bancada municipal do partido. Dos seis vereadores petistas em Salvador, apenas um, Gilmar Santiago, foi dar um abraço em Valadares no evento, ao qual compareceram o chefe da Casa Civil do governo, Rui Costa, candidato do PT a governador, e o presidente estadual do partido, Everaldo Anunciação.

Para completar, ao comentar a festa em sua página no Facebook, Valadares ainda fez uma observação que os vereadores que boicotaram o evento analisaram como “irônica”. “NÃO FALTOU NADA NA POSSE DO PT DE SALVADOR”, disse o novo presidente em letras maiúsculas, referindo-se ao fato de o auditório do Centro de Cultura da Câmara de Salvador ter ficado lotado “pela base que diz sim ao aprofundamento da democracia interna no PT (…)”.

Além de Valadares, tomaram posse no ato Marta Valadares e Paulo Teixeira, os dois outros presidentes que se revezarão com ele no comando da legenda num rodízio criado para evitar um racha entre as três principais correntes do partido na capital baiana. Mas a zanga dos vereadores é apenas com Valadares, por causa de declarações que deu, logo depois de eleito, afirmando que a bancada municipal da agremiação era uma torre de babel.

A bem da verdade, o presidente do PT não falou nenhuma mentira, mas os vereadores acham que ele não deveria ter lavado em público a roupa suja. Como não se retratou publicamente, como gostaria a bancada, ele enfrenta a resistência do grupo desde então. Decidido a dar uma lição no novo presidente, um grupo de vereadores chegou a tentar convencer o presidente estadual Everaldo Anunciação a não ir ao evento, mas a estratégia deu errado porque o candidato do PT ao governo decidiu comparecer.

Como evento reuniria a militância petista de Salvador, Rui avaliou que não fazia sentido deixar de participar do evento. Por este motivo, Everaldo, que já tinha agendado participação numa posse de diretório municipal no interior, como forma de não comprar uma briga com os vereadores de Salvador, decidiu permanecer na capital, impedindo que o plano dos petistas de fazer um boicote maior à posse de Edson se concretizasse.