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Deputados na Assembleia: muitos recados ao governo 06 de maio de 2015 | 10:44

O que muda na relação de Rui com a Assembleia

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Foi só um susto o que os deputados governistas quiseram dar no governo inviabilizando a votação, ontem, do projeto que reajusta o aumento dos servidores estaduais. Hoje é um outro dia e a matéria deve ser aprovada sem maiores obstáculos, na avaliação dos principais líderes partidários na Assembleia Legislativa.

O recado era claro: mostrar ao governador Rui Costa (PT) que sua articulação política não está agradando. Ou pelo menos não está satisfazendo às duas principais lideranças governistas da Casa, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Marcelo Nilo (PDT), e o líder do governo, deputado Zé Neto (PT).

Na gestão de Jaques Wagner, os dois estavam acostumados a tratar tudo diretamente com o governador. Bons negociadores, eles encaminhavam as demandas da base e, na maioria das vezes, eram muito bem sucedidos. O processo facilitava imensamente a vida do governo, que não tinha surpresas no Legislativo.

Ocorre que, com isso, Nilo e Zé Neto se tornaram politicamente muito fortes frente ao governo. O pedetista ficou tão robusto que no ano passado, por pouco, não criava obstáculos para a formação da chapa à sucessão estadual que Rui liderou.

Sem a mesma relação pessoal que com os dois mantinha Wagner, o governador quer ampliar seus canais no Legislativo. E, como é avesso ao estilo personalista do antecessor, aposta em que o “projeto” (do governo) se torne maior que ele no relacionamento com os deputados.

É uma outra forma de dizer que quer pôr fim ao tempo de algumas vias de intermediação na Assembleia. O problema é que talvez as novas normas não estejam sendo implementadas na medida da pressa que os parlamentares possuem. O desafio é enorme também porque rompe um costume de pelo menos oito anos.

Além disso, aumenta a tarefa de se relacionar com cada um dos deputados da Casa. O tempo dirá se Rui conseguirá mudar a relação do seu governo com a base na Assembleia.

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