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Ex-governador Jaques Wagner 09 de junho de 2015 | 11:10

O sábio ex-governador da Bahia, por Raul Monteiro

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Não é à toa que alguns políticos se referem a Jaques Wagner como a um sábio. Ainda hoje, a maioria dos deputados estaduais comenta que foi por sua solicitação que o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Marcelo Nilo (PDT), submeteu à Casa um projeto que confere aposentadoria vitalícia a ex-governadores.

Aliás, há quem assegure que foi um último pedido de Wagner, quando deixava o governo, a Nilo, que, aliado fidelíssimo, assim como agiu em todas as outras vezes, sem se preocupar com eventuais desgastes políticos ou pessoais, prontamente o atendeu, mobilizando a base para votar o projeto.

A matéria foi aprovada à unanimidade, numa espécie de despedida reverencial dos parlamentares estaduais ao então governador. Agora, alegando que a aposentadoria a ex-governadores é um privilégio ilegítimo, desigual e imoral, o procurador geral da República, Rodrigo Janot, insurgiu-se contra ela.

Entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal  pedindo sua anulação, alegando que medida semelhante, inclusive, foi suspensa no Pará por decisão do próprio STF. Enquanto o Supremo não toma posição, Wagner faz, sabiamente, cara de paisagem.

Informa o jornal A Tarde que sequer requereu a aposentadoria à qual os deputados lhe deram direito. No mínimo, um ato prudente para evitar que a regalia, como a ela se refere o procurador Rodrigo Janot, se inscreva como último legado de sua passagem pelo governo estadual.

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