Foto: Max Haack
01 de outubro de 2015 | 07:44

Abril terá prévia do vice de Neto, por Raul Monteiro

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Se nada fugir do script, isto é, se não forem registradas insurgências entre partidos da base aliada que o obriguem a mudar de estratégia no calor das circunstâncias, o prefeito ACM Neto (DEM) deve apresentar já em 1º de abril de 2016 uma prévia de quem deve escolher para candidato a vice em sua chapa. É quando termina o prazo de desincompatibilização para quem ocupa cargo público e pretende concorrer às eleições municipais. Como há entre os pré-candidatos a vice de Neto pelo menos seis de seus secretários municipais, em tese, o prefeito teria que se ver livre de todo o time em abril.

Ocorre que estão todos em posições estratégicas, o que significa que promover o afastamento dos seis apenas com o intuito de habilitá-los legalmente para a disputa pode causar um verdadeiro caos administrativo na Prefeitura. Daí que as apostas são de que o prefeito deve escolher entre eles apenas os que efetivamente quer ver disputando a posição de vice em sua chapa. Na realidade, especula-se na Prefeitura que ACM Neto deve, naquele momento, pinçar pelo menos três secretários para deixar o governo, criando uma espécie de lista tríplice a partir da qual definiria o nome definitivo.

Assim, deixariam o governo em abril apenas aqueles que têm efetivamente chance de integrar a chapa do prefeito sem que se criassem percalços desnecessários ao curso de sua gestão. Ao todo, ACM Neto trabalha hoje com seis quadros que considera capazes de acompanhá-lo na chapa com que disputará a reeleição. São eles: Silvio Pinheiro (Urbanismo), Guilherme Bellintani (Educação), Bruno Reis (Promoção Social), Luiz Carrera (Casa Civil), João Roma (secretário particular) e Paulo Souto (Fazenda). São, digamos, os seus nomes preferenciais.

Mas há outros que podem se insinuar no processo, a depender da configuração do cenário na época, a exemplo do também secretário Fábio Mota (Transportes), igualmente um quadro do PMDB como Bruno Reis, e do deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB), ex-prefeito de Salvador, e de seu sobrinho, o hoje presidente da Câmara, Paulo Câmara, outro tucano. No primeiro time, o dos preferidos de Neto, estão hoje representantes de todos os partidos da base – PMDB, PV, PPS, Solidariedade e o próprio DEM -, a grande maioria dos quais devidamente alocado nestas agremiações pelo próprio prefeito à espera do momento em que ele procederá a escolha.

Explica-se porque a vice de Neto é hoje um dos cargos mais cobiçados da república soteropolitana: sem um candidato forte na oposição e liderando, com franca folga, as intenções de voto à Prefeitura desde já, estima-se que ele consiga se reeleger com tranquilidade, devendo renunciar dois anos depois a fim de disputar o governo do Estado contra o governador Rui Costa (PT). Quem for escolhido vice, terá obtido, portanto, um bilhete premiado para se transformar em prefeito pelo período de no mínimo dois anos. Não é difícil entender porque Neto não abre mão de, se possível, escolher um companheiro de chapa de sua estrita preferência.

* Artigo publicado originalmente na Tribuna da Bahia

Raul Monteiro*
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