21 de junho de 2019 | 17:22

Agência trabalhista da ONU adota pacto #Metoo contra assédio sexual no local de trabalho

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A OIT (Organização Internacional do Trabalho) adotou, nesta sexta-feira (21), o primeiro tratado internacional sobre violência e assédio no trabalho, incluindo o princípio de sanções. O texto era bastante esperado, sobretudo, desde o lançamento do movimento #MeToo, que denuncia o assédio a mulheres. A convenção foi adotada por uma esmagadora maioria na reunião anual da OIT, uma agência centenária das ONU (Organização das Nações Unidas) que reúne representantes de governos, empregadores e sindicatos de 187 Estados. Todos, com exceção de seis governos, votaram a favor do pacto, com a Rússia, Cingapura, El Salvador, Malásia, Paraguai e Quirguistão se abstendo, segundo registros da OIT. Representantes de empregadores da Malásia e diversos países latino-americanos votaram contra. Para que o texto se torne vinculante, agora cabe aos países ratificá-lo. A convenção entrará em vigor um ano após a ratificação de pelo menos dois Estados. “Momento histórico”, declarou o suíço Jean-Jacques Elmiger, que presidiu os debates. O embaixador da França na ONU, François Rivasseau, comemorou o que disse ser um “verdadeiro sucesso para a França”. “Estamos orgulhosos dessa convenção que a França defendeu”, disse ele aos jornalistas. A adoção da convenção é resultado de um longo processo lançado em 2015 pela OIT, mas “o impulso e a importância do processo foram acentuados pela campanha #MeToo”, reconheceu o diretor-geral da OIT, Guy Ryder. O movimento nasceu em 2017, na esteira da queda do ex-produtor de cinema americano Harvey Weinstein, acusado de assédio e abuso sexual por mais de 80 mulheres. Entre elas, estão as atrizes Angelina Jolie e Ashley Judd.

Folhapress
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