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Que tiro foi esse, Pastor Isidório? 20 de agosto de 2019 | 07:16

2020: Paraná Pesquisas coloca um ‘doido’ no caminho do governo e de Bellintani

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Analisados superficialmente, os números coletados pela Paraná Pesquisas sobre a sucessão municipal, a segunda sondagem sobre intenções de voto para a Prefeitura de Salvador do mesmo instituto, divulgados ontem, mostram um quadro pelo menos de desafio para o grupo do governador Rui Costa (PT), principalmente se prevalece interesse pela escolha, de fato, de Guilherme Bellintani (sem partido) para candidato a prefeito.

O fator surpresa é, por que não dizer, o favoritismo do deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante), que aparece liderando a pesquisa, à frente da deputada federal e ex-prefeita Lídice da Mata (PSB). E “o doido”, como é mais conhecido, se auto-intitula e faz questão de ser chamado, pode não estar aí para brincadeira. Sua emergência nas intenções de voto tem tudo para embolar – e muito e de maneira irreversível – o jogo.

Afinal, se é bem verdade que os números dos nomes ligados ao campo do governo, juntos, são capazes de levar a disputa facilmente para o segundo turno, eles indicam que o corolário da passagem para a segunda etapa do processo eleitoral pode ser o deputado. Em outras palavras, os correligionários do governador, incluindo aí Lídice, estão no jogo, mas podem apenas servir ao plano “divino”, em se tratando de um religioso, para colocar Isidório lá.

Seria ele – e mais ninguém – aquele que, portanto, faria o combate contra o vice-prefeito Bruno Reis (DEM), terceiro colocado na sondagem e virtual candidato do prefeito ACM Neto (DEM), cuja excelente avaliação na cidade, não se duvide, deve ter peso decisivo nas próximas eleições e, provavelmente, já deve ter sido visto, em algum canto do Palácio Thomé de Souza, na Praça Municipal, se divertindo com o cenário que emerge.

Mas, se o plano é realmente transformar Bellintani no candidato a prefeito de Rui Costa, o que fazer com ‘o doido’? Ignorá-lo, deixando que inviabilize os planos de se fazer do presidente do Esporte Clube Bahia o próximo prefeito de Salvador, ou trabalhando, o quanto antes, para esvaziá-lo, fazendo alguma arte para redirecionar o interesse daqueles que pensam em escolhê-lo para governar a cidade para uma opção, digamos, mais ‘normal’?

Será que Isidório resistiria a qualquer tentativa de limá-lo, da parte dos próprios aliados, com uma daqueles performances inofensivas, com bíblia na mão e sangue no paletó, que já realizou no carpete da Câmara dos Deputados ou encararia uma eventual rasteira como uma guerra santa? Ele mostrou resignação quando, enquadrado pelo governo, encerrou a conversa de pedir votos para Jair Bolsonaro (PSL) contra Fernando Haddad (PT) na sucessão presidencial.

Será que, desta vez, fortalecido pelo eleitorado que aposta em sua candidatura à Prefeitura, daria tamanha demonstração de elevação espiritual ou resolveria a situação colocando fogo na casa, abrindo o gás daquele botijão que costumava carregar nas costas para aparecer junto ao eleitorado mais pobre quando ainda era um ilustre desconhecido antes de se eleger, pela primeira vez, deputado estadual?

Pode ser que o governador do Estado, o primeiro a incentivar suas pretensões eleitorais para o executivo municipal nas últimas eleições à Prefeitura, tenha um belo plano político para lidar com o ‘doido’.

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