Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles 09 de agosto de 2019 | 18:46

Após crítica de Salles, Noruega diz que operação de petróleo está ‘entre as mais limpas do mundo’

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A Noruega reagiu às declarações do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que declarou, em audiência no Senado realizada nesta semana, que o País europeu tinha passivos ambientais ao explorar petróleo no Ártico e caçar baleias. Questionado pela reportagem do Estado sobre as declarações do ministro, a Embaixada da Noruega declarou nesta sexta-feira, 9, dois dias após as declarações de Salles, que suas operações estão entre as mais limpas do mundo. “A Noruega está comprometida a continuar com a gestão responsável, prudente e sustentável dos seus recursos petrolíferos. A indústria petrolífera norueguesa é líder global em padrões de saúde, segurança e proteção ambiental. As atividades petrolíferas norueguesas estão entre as mais limpas do mundo, devido à rigorosa regulamentação governamental e aos altos padrões tecnológicas da indústria norueguesa”, informou a Embaixada. Segundo a representação diplomática no Brasil, “as condições do Ártico são diversas e as atividades de petróleo e gás no mar de Barents, na Noruega, tem as mesmas condições operacionais das regiões mais ao sul. Nos últimos 40 anos, a Noruega demonstrou que a exploração de petróleo no mar de Barents pode ser conduzida de maneira segura”. Durante audiência com senadores, Salles declarou: “A Noruega é o país que explora petróleo no Ártico, eles caçam baleia. E colocam no Brasil essa carga toda, distorcendo a questão ambiental”. O ministro comentava as negociações sobre o destino do Fundo Amazônia, principal programa do País de combate ao desmatamento. A Noruega responde por 94% das doações de R$ 3,4 bilhões feitas ao fundo até hoje. Os demais 6% foram doados pela Alemanha. A Petrobrás também chegou a fazer uma pequena doação anos atrás. O programa está parado desde que o governo declarou haver irregularidades na gestão do fundo, apesar de a Noruega e Alemanha terem afirmado que estavam satisfeitos com a gestão do programa, feita pelo BNDES, e com a seleção de seus projetos em andamento. Os governos da Noruega e Alemanha ainda não se posicionaram oficialmente sobre o que será feito de suas doações atuais ou futuras para o Fundo Amazônia. Salles disse que sua proposta é criar um comitê executivo que passa a analisar e fiscalizar as ações do conselho consultivo do fundo. “Não estamos nos tornando, nem de longe, esse patinho feio que interesses comerciais e midiáticos têm dito”, afirmou.

Estadão Conteúdo
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