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O presidente da Argentina, Mauricio Macri 28 de agosto de 2019 | 19:56

Argentina declara moratória na dívida externa

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A Argentina pediu ao FMI (Fundo Monetário Internacional) a revisão dos vencimentos de sua dívida de US$ 56 bilhões, que começam em 2021, para aliviar a atual turbulência no mercado cambial, anunciou nesta quarta-feira (28) o ministro da Fazenda, Hernán Lacunza. “Argentina propôs [ao FMI] iniciar o diálogo para reperfilar os vencimentos da dívida”, disse Lacunza em uma coletiva de imprensa na qual anunciou outras iniciativas para postergar o pagamento de bônus aos investidores institucionais. O ministro estimou que as conversas podem começar no mandato do atual presidente, Mauricio Macri, mas que terminariam “inexoravelmente” no próximo governo, que começa em 10 de dezembro. Além disso, o ministro disse que não prevê negociar mudanças nos débitos ou dos juros a serem pagos, mas apenas estender os prazos para que o próximo governo argentino “possa implantar sua política sem condicionamentos financeiros”. A reprogramação do pagamento de bônus aos investidores institucionais, que detenham 10% desses títulos, buscaria aliviar as pressões sobre as reservas internacionais e permitir que elas sejam usadas para intervir no mercado cambial e “preservar” a moeda, de acordo com o ministro. O país atravessa fortes turbulências financeiras, com uma depreciação superior a 20% do valor do peso e uma subida maior que 2.000 pontos no índice de risco país, após Macri sofrer um revés nas eleições primárias à presidência, em 11 de agosto, contra o peronista de centro-esquerda Alberto Fernández. O candidato é o favorito nas eleições marcadas para 27 de outubro. Uma delegação do FMI visitou a Argentina nesta semana e se reuniu com autoridades do governo e também com Fernández e seus assessores econômicos.

Folhapress
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