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O presidente da Argentina, Mauricio Macri 12 de agosto de 2019 | 17:45

Vantagem de Fernández sobre Macri é quase irreversível, diz analista

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Os mais de 15 pontos de vantagem obtidos por Alberto Fernández sobre o presidente Mauricio Macri na eleição primária da Argentina são praticamente irreversíveis até a votação geral de outubro, afirmou o cientista político Carlos de Angelis, da Universidade de Buenos Aires. “Alberto Fernández ganhou a eleição primária argentina contrariando todos os prognósticos das pesquisas publicadas nos últimos meses”, disse De Angelis ao Estado. “A diferença é tão grande que dificilmente Macri poderá revertê-la na votação de 27 de outubro, quando serão realizadas as eleições gerais”. Ele afirmou também que, depois da divulgação dos resultados preliminares da votação, praticamente todos os analistas no país apontam que a tarefa do presidente é muito complicada porque as chances de mudar parte dos votos depositados no sucessor de Cristina Kirchner são ínfimas. “Os (eleitores) peronistas não devem trocar de lado”. Com 98,67% das urnas apuradas, Fernández lidera a votação com 11,6 milhões de votos (47,65%), seguido por Macri, que obteve o apoio de 7,8 milhões de eleitores (32,08%). Roberto Lavagna aparece em terceiro lugar, com 8,22%. A participação superou os 75%. De Angelis diz que o resultado de Lavagna, que teve mais de 2 milhões de votos – dos 32 milhões de eleitores habilitados – é outro problema para Macri. “Pelo menos a metade dos votos de Lavagna devem migrar para Alberto Fernández. Isso, somado a sua própria votação, deve fazer com que ele seja eleito presidente já em primeiro turno”, previu o especialista. Outra surpresa da votação de domingo foi o desempenho do candidato peronista na disputa pelo governo da Província de Buenos Aires. Axel Kicillof, da Frente de Todos, teve 49,34% dos votos contra a governista María Eugenia Vidal – cotada inicialmente para suceder Macri como candidata à presidência -, que ficou com 32,56%. “Ainda é uma incógnita qual será a função de Axel Kicillof – que foi ministro da Economia de 2013 a 2015 – em uma eventual presidência peronista. Mas ele ficou muito próximo dos 50% dos votos necessários para ser eleito governador também em 1º turno”, disse De Angelis.

Estadão Conteúdo
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