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Presidente Jair Bolsonaro 05 de setembro de 2019 | 14:15

Bolsonaro defende mudança no teto de gastos, mas Guedes é contra

economia

Apesar de o presidente Jair Bolsonaro ser a favor de uma mudança no teto de gastos, a equipe econômica manteve nesta quarta-feira (4) o discurso de que não trabalha para alterar a norma constitucional. Em vez disso, a diretriz no Ministério da Economia é reformar as despesas obrigatórias. Bolsonaro passou a defender uma mudança na norma por ver nos próximos anos a possibilidade de não haver recursos para o funcionamento do governo. “O presidente defende uma mudança nesta lei porque, se isso não for feito, nos próximos anos a tendência é o governo ficar sem recursos para pagar despesas de manutenção da máquina pública”, disse o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros. “O governo não irá exigir mais impostos da sociedade para conseguir equilibrar as contas públicas, então é preciso mudar a dinâmica das despesas obrigatórias. Se isso não for feito, a partir de 2021, o teto dos gastos já será um problema”, disse Barros. Segundo ele, a equipe econômica ainda estuda “a melhor forma de solucionar” o problema em parceria com parlamentares. Pela manhã, Bolsonaro já havia afirmado que o crescimento das obrigatórias pode eliminar as discricionárias (onde estão os investimentos, por exemplo) em dois ou três anos. “Vou ter que cortar a luz de todos os quartéis do Brasil, por exemplo, se nada for feito.” Criada em 2016, a emenda constitucional do teto de gastos estabelece que as despesas totais da União não podem crescer além da inflação, mesmo que a receita cresça. A norma teve como objetivo barrar o crescimento da dívida pública. Desde a implementação do teto, o governo se vê obrigado a reduzir as despesas discricionárias pois as obrigatórias continuam subindo. O próprio Bolsonaro votou a favor da norma em 2016. O porta-voz foi questionado sobre a mudança de posicionamento. “As pessoas evoluem à medida que percebem as modificações da conjuntura e das perspectivas socioeconômicas, em especial no fato e no país que nós vivenciamos”, disse Barros.

Folhapress
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