27 de setembro de 2019 | 18:00

Casa Branca admite ter arquivado ligação de Trump e líder ucraniano em sistema secreto

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A Casa Branca reconheceu nesta sexta (27) que funcionários do governo orientaram para que o registro da chamada telefônica entre Donald Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, que pode levar ao impeachment do republicano, fosse arquivada em um sistema separado e supersecreto. Isso explica em parte os motivos de a transcrição da conversa entre os dois líderes ter sido mantida fora de circulação, podendo ser acessada apenas por pouquíssimos oficiais. O arquivo com a transcrição aproximada da ligação do dia 25 de julho foi tratado de maneira incomum: ao invés de ser armazenado no sistema principal de computadores do Conselho de Segurança Nacional, foi guardado em um sistema restrito mantido por funcionários da inteligência da Casa Branca.Este sistema secreto serve para “proteger informações politicamente sensíveis -em vez de sensíveis à segurança nacional”, segundo o delator. Esta não seria a primeira vez que a Casa Branca armazena uma transcrição de tal forma.Um delator anônimo já havia acusado a Casa Branca de esconder o registro da conversa. Nos dias seguintes ao telefonema, o delator disse que soube por meio de diversos servidores do governo americano que autoridades intervieram para ocultar todos os registros da ligação telefônica, “especialmente a transcrição palavra por palavra”. Um alto funcionário da administração norte-americana disse à rede CNN nesta sexta que a direção foi dada por advogados do Conselho de Segurança Nacional: “Os advogados do Conselho determinaram que o documento classificado fosse tratado adequadamente”.Documentos “classificados” têm conteúdo sensitivo e circulação restrita. O conteúdo da ligação telefônica, divulgado na quarta (25), mostrou que Trump pediu ao líder ucraniano, Volodimir Zelenski, para realizar uma investigação sobre a atuação de Hunter Biden em uma empresa de gás na Ucrânia da qual ele era um dos diretores. Hunter é filho de Joe Biden, provável concorrente democrata de Trump na corrida presidencial de 2020.

Folhapress
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