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Comenta-se que o poder da caneta de ACM Neto não estaria chegando nem para os mais chegados 07 de setembro de 2019 | 12:30

Insatisfeita, base de Neto monta força-tarefa por aprovação de emenda impositiva no orçamento do Município

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“Desalentados” com o tratamento do Palácio Thomé de Souza, vereadores da base do prefeito ACM Neto (DEM) na Câmara de Salvador, composta por 30 edis, teriam deflagrado uma operação para que a Casa aprove a institucionalização das chamadas emendas impositivas no orçamento do município. Informações chegadas com exclusividade a este Política Livre dão conta de que uma força-tarefa, inclusive, foi montada, de forma que a matéria sugerida pelo líder da oposição, vereador Sidninho (Podemos), passe o quanto antes pelo crivo dos colegas, que não aceitarão mais um não como reposta, em caso de veto.

Neste sentido, na última reunião do Colégio de Líderes foi deliberado que, já na próxima semana, o projeto deverá entrar na pauta de votação. Para a medida ser votada, obrigando a que o prefeito pague o valor das emendas impositivas, eles já teriam o apoio da oposição, do bloco independente e até mesmo do presidente da Casa, vereador Geraldo Júnior (SD), que seria o responsável por colocar a matéria em votação. O único contrário ao levante seria o líder do governo, Paulo Magalhães Júnior (SD), pela força da função que exerce, embora, segundo colegas, também deseje que o valor de suas emendas seja liberado.

E não é negado por nenhum deles que se trata de alternativa de sobrevivência com vistas à sucessão de 2020, levando em conta que o poder da caneta de Neto está restritíssimo e não estaria chegando nem mesmo para os mais próximos. Nem mesmo as demonstrações de fidelidade estariam sendo levadas em consideração pelo prefeito, que, segundo a base, trata com mão de ferro os recursos municipais. Com isso, consequentemente, os vereadores estão deixando suas bases a ver navios, com entregas de obras em ritmo de tartaruga ou, em alguns casos, zero, o que os leva a temer serem prejudicados na abertura das urnas no próximo pleito.

Lembrando que falta apenas um ano e um mês para as eleições, alguns chegam a se queixar de que o prefeito hoje só tem olhos para eleger o vice-prefeito, Bruno Reis (DEM), já definido internamente como o candidato do grupo para a sua sucessão, embora o prefeito diga que vai esperar até o fim do ano para anunciar sua opção para a Prefeitura. “Porém, orçamento impositivo quer dizer que o gestor público é obrigado a executar a despesa que lhe foi confiada pelo Legislativo”, protesta um vereador que pediu a condição de anonimato para poder falar ao Política Livre sobre o que chama de “pequena rebelião”.

Fernanda Chagas
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