2020: Militância petista lança manifesto por candidatura negra em Salvador

Às vésperas do congresso estadual que deverá eleger o novo presidente do partido dos Trabalhadores (PT) na Bahia neste domingo (20), a militância do partido deu mais uma demonstração que espera da sigla uma postura firme e que considere o critério racial como preponderante para a escolha do candidato que irá disputar o comando da capital baiana em 2020, lançando, nesta quinta-feira (17), o manifesto “Por uma Candidatura Negra a Prefeitura de Salvador em 2020”. No documento, a militância ressalta que “o PT precisa reconstruir as pontes e se preparar para enfrentar os desafios de se constituir em um partido capaz de apresentar alternativas para a vida das camadas populares de Salvador”, além de demarcar a “desigualdade racial herdada da escravização” num contexto de cidade de maioria negra, marcada pelo desemprego, dificuldade no acesso aos serviços de saúde, educação e pela violência policial.

O texto também faz referência ao prefeito ACM Neto (DEM) e critica sua gestão por não “não enfrentar os problemas de desigualdade e da pobreza”. “Temos na Prefeitura um Prefeito (ACM Neto) que elegeu Bolsonaro. Pertence a famílias que estão na gestão municipal há muito tempo e falam de uma gestão pretensamente moderna, porém não enfrentam os problemas da desigualdade, da pobreza e da falta de oportunidades para a maioria do nosso povo”, afirmam os militantes.

Documento destaca ainda o movimento “Eu quero ela”, que chamaram de “movimento suprapartidário” para viabilizar uma candidatura negra para a prefeitura de Salvador. “O PT precisa responder, imediatamente, a algumas questões que exigem respostas no âmbito municipal, para formular um Programa de Governo adequado aos reais problemas do nosso povo. Temos que falar concretamente como pretendemos tratar a questão das oportunidades de trabalho, especialmente para a comunidade negra, discriminada desde a entrada no mercado de trabalho”, pontuam os militantes.

Dividido em quatro eixos, manifesto trata, entre outras questões, da necessidade de renovação da direção do diretório municipal do partido; do compromisso do PT com a democracia e a promoção da igualdade, além da campanha para a libertação do ex-presidente Lula.