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Secretário de política externa comercial e econômica do Itamaraty, Norberto Moretti 10 de outubro de 2019 | 17:57

Brasil mantém decisão de ingressar na OCDE, diz secretário de política externa comercial

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Sem mencionar o possível recuo do governo americano quanto ao apoio à entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o secretário de política externa comercial e econômica do Itamaraty, Norberto Moretti, disse nesta quinta-feira (10) que o país mantém a decisão de integrar a organização. “O processo [de entrada à OCDE] não é simples, e não é meramente técnico, é político. Independentemente disso, mantém-se a decisão do governo brasileiro em integrar a OCDE”, afirmou a uma palestra de empresários e executivos no Fórum de Investimentos Brasil, em São Paulo.

Para o diplomata, “é via convergência regulatória crescente que nos integraremos a economia brasileira à mundial” e à OCDE.
Moretti diz que o Brasil entende que a OMC (Organização Mundial do Comércio) é importante e afirmou que os países latino-americanos defendem o tratamento especial a países em desenvolvimento, uma condição da que o governo Bolsonaro abriu mão para em troca do apoio dos EUA ao seu ingresso na organização. O diplomata, contudo, diz que há países da região dispostos a discutir uma flexibilização das regras de tratamento especial. O secretário especial de de Comércio Exterior, que participou da mesa de debates com Moretti, não fez comentários sobre o tema.

Para pessoas familiarizadas com as negociações para a entrada do Brasil nos Estados Unidos, a carta do secretário de Estado americano Mike Pompeo ao secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, não significa uma oposição de Trump ao ingresso do Brasil na organização. Segundo eles, há uma disputa entre americanos e europeus sobre os critérios de entrada na organização, bem como uma avaliação do governo Trump de que a atual gestão da OCDE é muito europeizada.

Uma hipótese aventada por essas fontes é a de que a adoção do critério cronológico de entrada na OCDE, defendido pelos EUA na carta a Gurria, poderia beneficiar o governo Macri, que enfrenta dificuldades em meio a um período eleitoral. Ao mesmo tempo, limitaria a entrada de mais países europeus até a troca de comando da organização, que será em 2020.

Folhapress
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