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Carballal se sentiu mais fortalecido depois de apoio da Igreja Católica ao projeto que acabou com o Arrastão 07 de outubro de 2019 | 09:44

Carballal inicia ofensiva para derrubar eventual veto de ACM Neto a fim do Arrastão

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Apesar da afirmação do prefeito ACM Neto (DEM) de que não se deixa levar por pressão, feita numa referência ao projeto aprovado pela Câmara Municipal, de autoria do vereador Henrique Carballal (PV), que pôs fim ao Arrastão da Quarta-Feira de Cinzas, informes chegados a este Política Livre dão conta de que o autor da proposição estaria encampando uma forte ofensiva para derrubar um eventual veto da parte do gestor soteropolitano à proposta.

Carballal teria se sentido fortalecido para iniciar as articulações com vistas ao convencimento dos demais vereadores quanto à importância de um eventual veto, depois do apoio manifesto da Arquidiocese de Salvador, na última sexta-feira (4), ao fim do Arrastão. O movimento incluiria o envolvimento de mais setores da Igreja Católica e de religiosos. Para os colegas, o vereador estaria alegando que a Câmara não pode ver suas iniciativas serem simplesmente vetadas pelo executivo.

Assinada pelo bispo Dom Murilo Krieger, uma nota da Arquidiocese antecipou ser ‘imperioso’ que as tradições cristãs sejam respeitadas. “Sendo o Brasil um Estado laico, pressupõe-se, por um lado, a não intervenção da Igreja no Estado e, por outro, o dever deste de garantir o efetivo respeito às crenças e costumes religiosos praticados por cada um. Assim, torna-se imperioso compreender que as leis que regulam os festejos populares, como são os do Carnaval, não podem estar alheios a esse contexto”, diz trecho do documento.

Na empreitada, o vereador estaria contando com um aliado importantíssimo. Trata-se do presidente da Câmara Municipal, vereador Geraldo Jr. (SD), que concordou com a estratégia sugerida por aliados de Carballal para retardar o envio do projeto para a sanção do prefeito até a data da canonização de Irmã Dulce, no próximo dia 13, no Vaticano, apesar de a matéria ter sido aprovada no mês passado.

A avaliação é a de que em meio a um ato de tamanha grandeza, com toda a cúpula da Igreja Católica, o prefeito pode ser submetido a um forte constrangimento para sancionar a matéria, mesmo depois de ter afirmado que não vai levar o aspecto religioso em consideração no momento de avaliar se sancionará ou vetará o projeto, hipótese que se considera mais provável.

Fernanda Chagas
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