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Para Gamil, pedido de prisão de Marluce Vieira Lima 'beira o ridículo" 23 de outubro de 2019 | 16:28

Defesa da família Vieira Lima diz que vai recorrer de pena de Lúcio proferida pelo STF

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O advogado dos irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima, Gamil Föppel, ao elencar ‘inconformismo’ por haver, segundo ele, inconsistências absurdas no processo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), avalia entrar com recurso contra a pena atribuída a Lúcio de 10 meses de prisão e pagamento de multa estimado em R$ 1,6 milhão. O ex-ministro Geddel, que está preso preventivamente desde setembro de 2017, foi condenado a 14 anos e 10 meses de prisão e ao pagamento de multa estimado em R$ 1,6 milhão. Contudo, ambos terão que pagar R$ 52 milhões por danos morais coletivos.

Mais além, Gamil dispara que o pedido do Ministério Público Federal (MPF) para que a mãe deles, Marluce Vieira Lima, cumpra uma pena de 92 anos, ‘beira o rídiculo’. “Cabe recurso para Lúcio, porque uma parte da condenação não foi unânime, foi por 3 votos a 2. Então cabem embargos infrigentes. A gente tem alguma expectativa de que isso possa ser revertido “, afirmou em entrevista à Rádio Metrópole, nesta quarta-feira, um dia após a condenação.

Sobre a matriarca da família ele lembra que ela já ultrapassa dos 80 anos e que o pedido extrapola o que ela pode cumprir, em caso de eventual condenação. “Nesse caso, além das inconsistências técnicas, com todo respeito é absurdo. Essa pena beira  o ridículo. Marluce é octogenária, porque pedir pena de 90 anos pra quem tem 80. A mim parece inexequível”, argumentou, reforçando o que classifica como “inconsistências técnicas”, que, conforme ele, abre precedentes para futuras decisões.

Por fim ele enfatiza que o pagamento de $ 52 milhões por danos morais coletivos não caberia em um processo penal. “Em diversos precedentes do STF, o MP pedia condenação por dano moral coletivo, que não cabe no processo penal, e o Supremo rechaçou isso diversas vezes. (…)”, concluiu, referindo-se a repercussão do caso. Os irmão Vieira Lima foram condenados por crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, referente ao caso do “bunker”, apartamento em Salvador encontrado com cerca de R$ 51 milhões ligado à família.

Fernanda Chagas
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