27 de outubro de 2019 | 21:00

EUA querem resgatar armas na Turquia

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O fogo nuclear pode começar em muitos lugares do mundo, disparado desde 3 mil diferentes pontos, segundo o Instituto Internacional de Pesquisas da Paz (Sipri), de Estocolmo. Há um certo número de gigantes atômicos chamados de Satã e Minuteman, feitos para cruzar a Terra em minutos, abrigados em silos nos EUA e na Rússia – e há outros pouco menores, navegando o tempo todo no fundo do mar, dentro de submarinos de 170 metros e 18 mil toneladas.

O risco, entretanto, às vezes, está bem perto do alerta vermelho como agora em Incirlik, base militar de 133 km² na Turquia, operada pelos EUA e pelos turcos há cerca de 60 anos. Os americanos guardam lá 50 bombas atômicas do modelo de penetração B61-12 – pequenas, mas 10 vezes mais potentes que a lançada sobre Hiroshima. É um complexo de 57 hangares, áreas de apoio, vila residencial e centros de apoio logístico nos arredores da cidade de Adana, bem perto do Mediterrâneo. O comando binacional abriga unidades especializadas de Reino Unido, Arábia Saudita e Espanha.

Há três semanas, o presidente Donald Trump ordenou a retirada das tropas americanas que combatiam os radicais do Estado Islâmico na Síria. A decisão criou um lance paralelo de tensão. Imediatamente após a saída, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, atacou a minoria curda. O objetivo é desocupar uma faixa de 32 km na fronteira e estabelecer uma zona de segurança.

O líder curdo das Forças Democráticas da Síria, Mazloum Kobani, pediu ajuda ao presidente russo, Vladimir Putin, e ao ditador sírio, Bashar Assad. Trump atravessou a formação desse eixo e conseguiu uma trégua. A proximidade desconfortável de Incirlik do conflito – pouco mais de 60 km da fronteira a – despertou atenção para o arsenal nuclear. Em Washington, o Departamento de Defesa confirmou a intenção de remover as bombas. Em Ancara, Erdogan afirmou que gostaria de mantê-las.

Estadão
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