Foto: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados
Com vitória, presidente do Chile irá completar 19 anos no poder em 2025 27 de outubro de 2019 | 06:32

Evo Morales desafia oposição e comunidade internacional a provar fraude em eleição

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O presidente da Bolívia, Evo Morales, desafiou, neste sábado (26), seus oponentes e a comunidade internacional a provar uma suposta fraude na eleição cujo resultado lheu deu seu quarto mandato consecutivo à frente do país. Enquanto participava de um ato em Chimoré, na cidade de Cochabamba, região central da Bolívia, o mandatário voltou a afirmar que, caso alguma irregularidade seja comprovada, está disposto a convocar um segundo turno “no dia seguinte”. “Não ocultamos, não mentimos. [Os opositores] só pensam em fraude e não apresentam provas”, disse. 

Com a vitória, Evo deve permanecer até 2025 no posto, contabilizando 19 anos no poder. O presidente, que completa 60 anos neste sábado (26), chegou ao cargo em 2006, apoiado por um poderoso sindicato de produtores de coca, do qual ainda é líder. Evo pretende celebrar o resultado em La Paz neste domingo (27) com militantes de seu partido – ainda que a reeleição em um primeiro turno tenha sido motivo de controvérsia dentro e fora do país.

Diversas nações, entre as quais os Estados Unidos e o Brasil, questionaram o resultado e solicitaram a realização de um novo pleito para esclarecer dúvidas sobre a contagem de votos, que foi marcada por muitas idas e vindas. O governo brasileiro disse, em uma publicação do Itamaraty, que não reconhece a vitória “neste momento”. A missão de observação eleitoral da OEA (Organização dos Estados Americanos) também recomendou outro pleito entre Evo e Mesa como a “melhor opção” para resolver o imbróglio.

O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) oficializou Evo ganhador com 47,08%, contra 36,51% para o ex-presidente Carlos Mesa. Na Bolívia, um candidato vence no primeiro turno se obtiver pelo menos 40% dos votos e dez pontos percentuais de diferença para o segundo colocado. No sábado, porém, milhares de pessoas continuavam a se manifestar nas ruas das principais cidades bolivianas, fechando cruzamentos com bandeiras, cordas e até mesmo veículos atravessados para impedir o trânsito.

Quarto mandato Eleito pela 1ª vez em 2005, Evo concorreu neste pleito graças a uma decisão do mesmo tribunal responsável pela apuração dos votos. A nova Constituição de 2009 determinou que só poderia haver uma reeleição consecutiva. Evo conquistou seu 3º mandato em 2014 argumentando que seu primeiro governo era anterior à regra. Em 2016, perdeu um referendo para extinguir o limite; e, em 2017, o tribunal julgou a seu favor e derrubou a norma.

Folhapress
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