Foto: AFP Photo/Vatican Media
Treze novos cardeais foram nomeados pelo Papa Francisco 05 de outubro de 2019 | 19:29

Papa Francisco nomeia 13 cardeais representantes de periferias

mundo

Na tarde deste sábado, 5, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, Papa Francisco presidiu o consistório para a nomeação de 13 novos cardeais da Igreja Católica. Dez deles são eleitores em um eventual conclave – por terem menos de 80 anos de idade. Em comum, são representantes de periferias – geográficas ou de acordo com suas atuações.

Não há nenhum brasileiro entre os novos purpurados. Dois são espanhóis – um deles com atuação no Marrocos -, dois são italianos – um deles trabalha em Angola, há ainda um português, um lituano, um tcheco, um cubano, um indonésio, um congolês, um guatemalteco, um inglês que atua no Egito e um luxemburguês.

De acordo com levantamento realizado pelo professor Fernando Altemeyer Júnior, teólogo e filósofo, do Departamento de Ciência da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o papado de Francisco é o primeiro em que o colégio cardinalício tem, entre os eleitores do futuro pontífice, menos de 50% de europeus. Considerando os recém-nomeados, são 42,9% do Velho Mundo. Em 1903, quando ocorreu o primeiro conclave do século 20, os europeus representavam 98,4% dos purpurados eleitores.

Dentre os novos cardeais, alguns nomes chamam a atenção pela forte atuação em temas que são caros ao papado de Francisco. Jesuíta assim como o papa, o tcheco Michael Czerny, criou uma organização de combate à epidemia da Aids na África e tem sido uma eloquente voz em defesa dos refugiados na atual crise imigratória europeia. Simbolicamente, mandou fazer a cruz que carregará com madeira de um barco que levou refugiados para a ilha de Lampedusa. Michael Fitzgerald, inglês, tem uma biografia dedicada ao diálogo inter-religioso. O atual arcebispo de Bolonha, o italiano Matteo Zuppi, é outro exemplo. Ele se destaca pelo acolhimento a católicos LGBT.

Estadão
Comentários