Foto: Juliana Ferreira/Gambá
Grupo critica falta de informações sobre a origem do petróleo e ações para combatê-lo 22 de outubro de 2019 | 13:15

Pescadores de praias com óleo ocupam sede do Ibama na Bahia

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Um grupo de pescadores e marisqueiros de localidades atingidas por manchas de óleo ocuparam na manhã desta terça-feira (22) a sede do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) na Bahia. Os manifestantes –cerca de 300 pessoas– criticam a atuação do governo federal na contenção do óleo que tem chegado a praias do litoral dos nove estados nordestinos desde 30 de agosto. “É uma situação gravíssima e o que vemos é um completo descaso. O governo federal tem atuado somente de maneira paliativa no combate ao óleo, fazendo a limpeza das praias”, afirma Maria José Pacheco, do Conselho Pastoral dos Pescadores.

Ela ainda destaca que a chegada o óleo tem limitado a atuação dos pescadores, já que a orientação é não pescar ou catar mariscos nas áreas atingidas pelo óleo. Reportagem da Folha publicada neste domingo aponta que, nas 77 cidades afetadas até então pelo óleo, há 144 mil pescadores, segundo cadastro do Ministério da Agricultura. O grupo divulgou uma carta aberta, assinada por 37 entidades, organizações não governamentais e grupos de pesquisa de universidades, em que critica a falta de informações sobre a origem do óleo e ações para combatê-lo.

Nas últimas duas semanas, o óleo voltou a chegar às praias com mais força na Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Na madrugada desta terça-feira (22), foi registrada a achegada de manchas na praia de Morro de São Paulo, terceiro principal destinos turísticos da Bahia. Também foram registradas manchas na praia de Cueira, na ilha de Boipeba, e na praia Ponta do Quadro, em Garapuá. A região é considerada sensível do ponto de vista ambiental e abriga a Área de Proteção Ambiental das Ilhas de Tinharé e Boipeba. Voluntários e servidores da prefeitura também trabalham na limpeza do óleo.

A praia de Carneiros, considerada a joia turística do litoral sul pernambucano, amanheceu coberta de óleo na sexta-feira (18). O local é um dos mais procurados pelos turistas de várias partes do país. Um dia antes, o material chegou à praia e à área de proteção ambiental de Maragogi, no litoral norte de Alagoas. O petróleo também cobriu nesta semana a praia de Japaratinga, que já havia sido afetada no início de setembro. No local, há um projeto de conservação para proteção do peixe-boi, espécie ameaçada de extinção.

Em Sergipe, 17 praias e oito rios foram atingidos pelas manchas. Apenas em Aracaju, foram recolhidas 231 toneladas de óleo. Na Bahia, o óleo atingiu esta semana 11 praias de Salvador, incluindo pontos turísticos como o Farol da Barra. Até às 18h da última sexta-feira (18), 90 toneladas de óleo haviam sido recolhidas na capital. Na quinta-feira (17), manchas foram registradas em praias na Ilha de Itaparica, marcando a entrada o óleo na baía de Todos-os-Santos. Até o momento, 201 locais foram atingidos pelas manchas. Veja a lista.

Folha
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