Foto: Divulgação
A atitude de Lorena está sendo vista como ‘oportunismo’ com vistas nas eleições de 2020 08 de novembro de 2019 | 12:08

Após ter áudio vazado, Lorena estaria com os dias contados na vice-líderança de Neto

exclusivas

Vice-líder do governo na Câmara de Salvador, a vereadora Lorena Brandão (PSC) estaria com os dias contados no posto que assumiu em março. Nos corredores da Casa, os comentários são de que ela não desagradou apenas o prefeito ACM Neto (DEM), mas os próprios colegas de parlamento, inclusive da oposição, o que tem gerado uma grande pressão para sua destituição do posto.

De Israel , Lorena encaminhou áudio ao líder dos motoristas por aplicativo na cidade, Átila Santana, defendendo que a categoria fosse “para cima” dos vereadores para forçar a derrubada dos vetos do prefeito ACM Neto (DEM) ao projeto que regulamentou o transporte desta modalidade em Salvador. “Eles vão votar amanhã. Vá para cima meu filho”, disparou a edil para Átila Santana, acrescentando ainda entraria no avião e ficaria incomunicável.

Na mensagem, Lorena, no entanto, atribui ao líder do governo, vereador Paulo Magalhães (PV) a informação de que haveria um acordo entre os vereadores para manter os vetos do prefeito. O entendimento, na verdade, foi fechado durante a reunião do Colégio de Líderes, na qual os vereadores decidiram que votariam os vetos sem grande estardalhaço, mas a partir daí os protestos não apenas dos motoristas de aplicativos como de taxistas foram além da galeria da Câmara, com ameaça até mesmo de se acorrentaram à Câmara.

Em meio à toda celeuma criada, ela não teria a defesa nem mesmo do líder do governo, cuja atitude respingou em cheio em sua atuação e o fez levar o título de ter conspirado contra o prefeito ACM Neto (DEM ). Paulo Magalhães Júnior, por sua vez, atribuiu toda a culpa a colega, ao afirmar que apenas fez seu papel em avisá-la que teria votação, mas que nada teria vazado.

O líder da oposição, vereador Sidninho (Podemos) cobra abertamente um posicionamento do Executivo sobre o ocorrido. “Ela, infelizmente, não traiu apenas o seu grupo, mas ao incitar os motoristas criou um problema para nós vereadores. Na verdade, ela acabou por promover um movimento um tanto quanto perigoso, porque a gente planejou a votação, foi feita toda essa discussão pelo Colégio de Líderes, e pela manhã recebemos esse áudio da vice-líder do governo, com coação por parte da categoria exigindo a votação e isso não pode acontecer”, protestou no dia da votação, ocasião em que apelou pela apreciação dos vetos.

O fato, revela uma fonte do Política Livre, é que sua atitude está sendo vista pela maioria como ‘oportunismo’ com vistas nas eleições de 2020, levando em conta os quase 30 mil uberistas envolvidos no processo, mais os taxistas. “E sem dúvida, caiu como uma bomba no colo da Câmara, mas também no Palácio Thomé de Souza, cujo prefeito não teria engolido a traição da aliada”, assegurou.

Leia mais:

Câmara mantém vetos do prefeito a aplicativos, mas sob pressão aprova dois projetos que atendem a reivindicações da categoria

https://politicalivre.com.br/2019/11/presidente-da-camara-se-recusa-a-comentar-vazamentos-de-audio-mas-prega-autonomia-do-parlamento/
Magalhães Jr. nega ter conspirado contra ACM Neto e diz que fica na liderança SALVADOR

Vazamento de acordo e pressão de motoristas leva Câmara a suspender apreciação de vetos a projeto de aplicativos

Magalhães vaza acordo para manter vetos a aplicativos e é acusado de conspirar contra Neto

Fernanda Chagas
Comentários