Foto: Dida Sampaio/Arquivo/Estadão
Jair Bolsonaro 21 de novembro de 2019 | 11:21

Bolsonaro diz que não usará a máquina do governo para a criação de seu novo partido

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou que nenhum de seus ministros deve se filiar ao seu novo partido, o Aliança pelo Brasil, que ainda está em fase de formação. Ele disse querer evitar críticas de que esteja usando o governo para formação de uma agremiação política. “Nenhum ministro vai entrar no partido. Nós não vamos ter a participação do governo na criação do partido. Para evitar a interpretação equivocada de que eu estou usando a máquina pública para formar o partido. Zero”, disse, ao sair do Palácio da Alvorada na manhã desta quinta-feira (21).

O presidente ainda disse que não vai interferir nas eleições municipais do ano que vem e reconheceu que, se o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não autorizar a coleta eletrônica de assinaturas para formação do partido, o processo será mais demorado.  “Depende da decisão do TSE de que vai ter uma dinâmica para as assinaturas. Se for possível a eletrônica, a gente forma um partido para março. Se não for possível, eu não vou entrar em disputas municipais no ano que vem, estou fora.”

Crítico da urna eletrônica por afirmar, sem apontar evidências, que pode haver fraude no sistema, Bolsonaro disse achar “estranho” que o TSE não autorize que a coleta de assinaturas seja eletrônica, já que o voto é feito desta forma. “Estamos aguardando decisão do TSE se pode a coleta de assinatura eletrônica. O voto pode, assinatura não pode? Não sei…”

Em sua avaliação, se o levantamento de assinaturas for feito de forma física, será “impossível” formar o Aliança pelo Brasil em poucos meses. O Aliança pelo Brasil será lançado oficialmente nesta quinta-feira, em meio a incertezas sobre a viabilidade da legenda.

Se não conseguir brechas na Justiça Eleitoral, a nova sigla pode disputar a eleição municipal de 2020 e chegar à corrida presidencial de 2022 sem recursos dos fundos partidário e eleitoral e sem tempo de rádio e TV.

A saída de Bolsonaro do PSL, formalizada esta semana, se deu em meio a um racha no partido pelo o qual foi eleito e um embate direto com o presidente da sigla, o deputado Luciano Bivar (PE). As divergências tiveram início logo no começo do mandato, após a Folha de S.Paulo revelar o escândalo das candidaturas de laranjas.

A missão de fundar um novo partido não é simples. Envolve um processo burocrático e geralmente longo. A intenção de aliados do presidente é que a sigla esteja apta a participar das eleições de 2020. Para isso, o Aliança precisa estar formalmente registrado junto ao TSE até abril, seis meses antes do pleito.

Folhapress
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