Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Evo Morales 12 de novembro de 2019 | 08:39

Evo Morales deixa a Bolívia rumo ao México

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O ex-presidente da Bolívia Evo Morales, que renunciou à Presidência neste domingo (10), após ser pressionado por intensas manifestações e pelas Forças Armadas, embarcou num avião rumo ao México na noite desta segunda-feira (11).

Em publicação em uma rede social, o líder disse que “dói abandonar o país por razões políticas”. Ele prometeu voltar em breve com “mais força e energia”.

A aeronave fez uma escala em Assunção, no Paraguai, para reabastecimento. O avião pousou à 1h35, na hora local (a mesma de Brasília), e decolou às 5h. Há a possibilidade de uma escala em Lima, no Peru, antes da chegada ao destino final.

O presidente paraguaio Mario Abdo Benítez também ofereceu asilo a Evo, mas o ex-presidente boliviano preferiu ir para o México.

O avião, modelo Gulfstream G550, da Força Aérea Méxicana, leva Evo, seu filho e o ex-vice presidente Álvaro Garcia Linera.

O México concedeu asilo a Evo nesta segunda —de acordo com o chanceler do país, Marcelo Ebrard, o ex-mandatário havia aceitado uma oferta do presidente Andrés Manuel López Obrador.

Segundo o chanceler, o governo mexicano considera que a “vida e a integridade” do boliviano correm perigo. Mais cedo, ele havia dito que Evo “solicitou formal e verbalmente asilo político em nosso país”.

O México já havia oferecido asilo a Evo no domingo (10) e anunciou ter recebido 20 integrantes do Legislativo e do Executivo da Bolívia em sua embaixada em La Paz.

Minutos antes da publicação de Evo, o comandante das Forças Armadas da Bolívia, Williams Kaliman, havia anunciado na TV que enviaria tropas às ruas para realizar “operações armadas em conjunto [com a polícia] contra grupos de vândalos”.

A decisão foi uma resposta ao pedido de intervenção militar feito pela polícia para conter uma reação violenta dos apoiadores de Evo contra os opositores Carlos Mesa e Luís Fernando Camacho e contra o Congresso Nacional.

Mais cedo, o comandante da polícia, Yuri Calderón, nomeado pela gestão Evo, também havia renunciado. Por ora, a polícia está sendo comandada por uma junta interina.

Folha de S. Paulo
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