Foto: Agência Petrobrás
Traders de petróleo e de commodities são suspeitas de terem usado operadores para pagar propinas no escândalo de corrupção da Petrobrás 21 de novembro de 2019 | 15:08

Lava Jato suíça faz buscas na Vitol e na Trafigura

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A força-tarefa da Lava Jato deflagrou nesta quarta, 20, em parceria com o Ministério Público da Suíça uma nova etapa da operação, a 68ª, cumprindo mandados de busca e apreensão em endereços de Genebra ligados às empresas Vitol e à Trafigura, gigantes do mercado de commodities de petróleo e derivados. Trata-se da terceira etapa da Lava Jato realizada no exterior. A ação é um desdobramento das fases 44 e 57 – Abate e Sem Limites – que investigavam o propinas supostamente pagas pelas empresas a funcionários da Petrobras, entre 2009 e 2014.

As informações foram divulgadas pelo Ministério Público Federal.

Segundo a Procuradoria, as provas apreendidas durante medidas realizadas em face das empresas no Brasil – em especial um documento coletado na fase 57 que apontava para a existência de provas eletrônicas no exterior – indicam suposto envolvimento de integrantes da cúpula das empresas no pagamento das vantagens indevidas.

A contrapartida dos repassem seriam as facilidades na estatal brasileira, diz a Lava Jato, entre elas preços mais vantajosos e contratos com maior frequência. As negociações eram relacionadas à compra e venda de óleos combustíveis (produtos utilizados para geração de energia térmica em fornos e caldeiras), gasóleo de vácuo (produto intermediário utilizado na produção de gasolina e diesel), bunker (combustível utilizado nos motores de navio), petróleo cru e asfalto.

Entre 2004 e 2015, a Vitol e a Trafigura realizaram negócios com a Petrobras em valores superiores a US$ 14 e US$ 9 bilhões, respectivamente. As operações tinham como foco a compra e venda de petróleo e derivados.

No Brasil, a força-tarefa da Lava Jato já apresentou denúncias no âmbito dos supostos crimes cometidos por funcionários da Trafigura e da Vitol.

No caso da primeira, a acusação da Procuradoria foi apresentada no dia 14 de dezembro de 2018, contra dois ex-executivos da empresa que estariam envolvidos em irregularidades em 31 operações de trading de óleo combustível com estatal petrolífera e propina de US$ 1,5 milhão.

Já com relação à Vitol, a denúncia foi apresentada pelo Ministério Público Federal do Paraná em 20 de dezembro de 2018, contra 12 investigados, tendo relação com irregularidades em 20 operações de compra e venda de óleos combustíveis e outros derivados. As negociações teriam envolvido o pagamento de propinas de aproximadamente US$ 2,85 milhões – mais de R$ 11 milhões.

Estadão
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