Foto: STJ
Decisão do ministro Og Fernandes deflagrando a Faroeste foi considerada criteriosa nos meios jurídicos 20 de novembro de 2019 | 10:56

Primeira grande operação de que o TJ baiano é alvo, Faroeste já é chamada de “Lava Jato do Judiciário baiano”

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Os primeiros achados de investigação da Faroeste, por meio dos mandados de busca e apreensão e mesmo das prisões executados ontem, quando a operação contra a venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia foi deflagrada, têm tudo para levar ao prosseguimento das investigações ainda por um longo período, disse há pouco a este Política Livre um advogado com acesso direto à banca de investigadores.

Segundo a mesma fonte, ainda é cedo para fazer avaliações sobre os procedimentos adotados pela Faroeste, mas as informações preliminares são de que a colheita de provas, à primeira vista, reuniu material farto e suficiente para que a operação possa ser desdobrada, de forma a levar a novas investigações, inclusive de novos personagens, de forma similar talvez à Lava Jato, que pariu muitos filhotes.

Por esta razão, em alguns setores dos meios jurídicos a Faroeste já é considerada a “Lava Jato do Judiciário baiano”, contou ele, aludindo a célebre frase dita por um ministro com relação às investigações do Petrolão segundo a qual se “puxasse uma pena vinha uma galinha inteira”. Referindo-se às prisões, ele acrescenta ainda que ao material coletado devem se suceder provavelmente informações de eventuais delações.

Popularizado com a Lava Jato, o procedimento, adotado por investigados presos como forma de garantir sua liberdade e a redução de penas, é considerado meio fundamental de enriquecer provas e sugerir novas apurações. Com isso, em sua avaliação, é possível prever que dificilmente as investigações pararão por agora, devendo ser retroalimentadas ao longo do tempo por novos dados que forem sendo incorporados às apurações iniciais.

O advogado faz ainda um elogio aberto ao trabalho do ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça, que autorizou a operação atendendo ao pedido do Ministério Público Federal, classificando sua decisão como extremamente criteriosa, o que, em sua avaliação, só fortalece o trabalho da investigação. Lembrando que se trata da primeira grande operação de que o TJ baiano é alvo, o advogado avalia que o Tribunal viverá “tempos sombrios” e eletrizantes.

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