Foto: Felipe Rau/Estadão
Governador de São Paulo, João Doria (PSDB) 02 de dezembro de 2019 | 17:16

‘A letalidade não foi provocada pela Polícia Militar’, diz Doria sobre mortes em Paraisópolis

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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), convocou entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, 2, em que lamentou as mortes de nove jovens que morreram na favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, no fim de semana, mas buscou destacar que o plano de policiamento do Estado “não mudará” por causa dessa ação.

“A letalidade não foi provocada pela Polícia Militar, e sim por bandidos que invadiram a área onde estava acontecendo o baile funk. É preciso cuidado para não inverter o processo”, disse Doria. “Não houve ação da polícia em relação a invadir a área onde o baile funk estava ocorrendo. Tanto é fato que o baile funk continuou”, afirmou o governador. “(O baile) não deveria sequer ter ocorrido, porque é ilegal. Fere a legislação municipal”, completou.

Doria disse ainda que os protocolos estabelecidos para a atuação da PM no Estado não sofrerão alterações, “o que não nos desobriga de reavaliar e rever pontos específicos de ação, onde falhas possam ter acontecido e, neste caso, corrigir as falhas para que elas não voltem a se suceder”.

“As ações na comunidade de Paraisópolis, como em outras comunidades do Estado de São Paulo, seja pela desobediência à Lei do Silêncio, seja pela busca e apreensão de drogas, de fruto de roubo de automóveis e motocicletas, ou de outros bens, vão continuar na capital, na região metropolitana e no Estado de São Paulo. A existência de um fato não estabelece que circunstancialmente, com as alterações que devem ser feitas, não inibirão as ações de que devem ser feitas”, ressaltou o governador.

Doria chamou o caso de “incidente triste” e disse transmitir aos familiares dos nove jovens mortos sua “solidariedade”.

“Os procedimentos, a atitude e o comportamento da Polícia Militar, ou seja, o programa de Segurança Pública no Estado de São Paulo não muda. Não vai mudar”, disse Doria, falando pausadamente a última frase de forma a enfatizar cada palavra. “O governador está sendo muito claro: não vai mudar”, enfatizou mais. “Procedimentos de ação operacionais podem ser revistos. Aliás, devem ser revistos constantemente, para serem aperfeiçoados e melhorados, evitando erros.”

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