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O presidente dos EUA, Donald Trump 05 de dezembro de 2019 | 20:45

Líder da Câmara pede formalmente abertura de impeachment contra Trump

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A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, anunciou formalmente nesta quinta-feira, 5, o início do processo de redação das acusações de impeachment do presidente Donald Trump. Pelosi não deu detalhes das acusações, mas o presidente deve ser enquadrado em suborno, abuso de poder, obstrução do Congresso e obstrução da Justiça.

Segundo ela, as ações de Trump não dão outra opção ao Congresso a não ser agir. “Infelizmente, mas com confiança e humildade, com lealdade aos fundadores e um coração cheio de amor pelos EUA, hoje peço ao nosso presidente (da Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados, Jerry Nadler) que proceda com a redação dos artigos de impeachment”, afirmou Pelosi.

“Trump se envolveu em abuso de poder, minou a segurança nacional e comprometeu a integridade de nossas eleições”, disse a democrata em uma curta declaração. “Os fatos são indiscutíveis. Se permitirmos que um presidente esteja acima da lei, colocaremos em risco nossa república”.

Como a maioria da Câmara é democrata e já expressou sua intenção de apoiar o procedimento, Trump provavelmente se tornará o terceiro presidente da história dos EUA a ter seu impeachment aprovado. O julgamento final, no entanto, será realizado no Senado, controlado pelos republicanos, que devem impedir a destituição. Desafiador, Trump declarou no Twitter que sairá vitorioso do processo de impeachment. “O bom é que os republicanos nunca estiveram tão unidos. Venceremos”, escreveu.

“Se vão me acusar, façam isso agora, rápido, para que possamos ter um julgamento justo no Senado”, disse. “Revelaremos, pela primeira vez, quão corrupto nosso sistema realmente é. Fui escolhido para ‘Limpar o pântano’, e é isso que estou fazendo!”, acrescentou Trump. O processo de impeachment foi iniciado pelos democratas no fim de setembro, depois que o Congresso foi alertado para uma conversa entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenksi, em que o americano pede a abertura de uma investigação sobre o democrata Joe Biden, que lidera a corrida presidencial de 2020, segundo a maioria das pesquisas. Os democratas estão convencidos de que o presidente pressionou o governo da Ucrânia a investigar Biden ao reter cerca de US$ 400 milhões de ajuda militar.

‘A sra. odeia o presidente?’, questiona repórter

Após o anúncio, Pelosi viveu um momento tenso com o jornalista James Rosen, do Sinclair Broadcast Group, que havia questionado se ela “odiava” Trump. “Não odeio ninguém. Fui criada em uma família católica e me ressinto de você usar a palavra ‘ódio’ em uma frase sobre mim”, disse Pelosi. “Rezo pelo presidente o tempo todo. Portanto, não mexa comigo desse jeito.”e repente e se virou para ele diretamente, com o dedo em riste. Ela então voltou ao pódio para defender sua posição no impeachment.

Estadão Conteúdo
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