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Donald Trump 19 de janeiro de 2020 | 11:10

Davos começa com Greta, Trump e preocupação com trabalho e ambiente

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O Fórum Econômico Mundial em Davos sucumbiu à pirralha. É da ativista ambiental sueca Greta Thunberg, 17, a voz mais esperada no encontro que reúne a partir desta segunda (20), nos Alpes Suíços, a elite financeira e política global.

Ao celebrar sua 50ª edição neste ano, o evento criado por Klaus Schwab em 1971 consolida a forma que vinha tomando nos últimos anos, com líderes nacionais e empresariais de cinco continentes circulando entre ativistas, artistas, acadêmicos e outros representantes da sociedade civil.

A participação de Greta em três sessões do evento sela essa transformação.

Depois de dois anos de estreia presidencial no evento, um com Michel Temer (MDB) e outro com Jair Bolsonaro (sem partido), o Brasil baixou a graduação de sua comitiva, que será chefiada pelos ministros Paulo Guedes (Economia) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde), ladeados por parte da equipe econômica.

A missão de Guedes será apresentar aos investidores dados que possam convencê-los de que o Brasil engrenou um novo ciclo de crescimento.

Gustavo Montezano, presidente do BNDES, que tem destacado a importância das parcerias internacionais, faz sua estreia em Davos. Também acompanha a comitiva, Wilson Ferreira Júnior,
presidente da Eletrobras, a estatal que encabeça a lista de privatizações do governo.

Dois aspirantes ao Planalto, porém, comparecerão -o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) e o apresentador Luciano Huck falarão ao público na quinta (23), o primeiro sobre cidades do futuro e o último sobre a ebulição das ruas da América Latina.

Sem o presidente, a lista de empresários e executivos brasileiros também minguou, resumindo-se quase que a presidentes de bancos. A comitiva da área financeira brasileira conta com Itaú Unibanco, Bradesco, BTG Pactual e Safra.

Mas não foi só Bolsonaro que abriu mão do convite.

A lista de chefes de Estado e de governo neste ano está bem mais magra do que em seu auge, 2018, quando as calçadas escorregadias do resort de esqui de 11 mil habitantes que inspirou Thomas Mann a escrever “A Montanha Mágica” (1924) foram tomadas por mais de 70 comitivas de presidentes, premiês e monarcas.

Desta vez, serão 43, sendo 25 delas de europeus.

Com a adesão de última hora do americano Donald Trump, aumentaram as expectativas e o quórum. Sua ida, anunciada no início da semana, permanecia nos planos da Casa Branca e da organização até o início deste sábado (18). Mas estando Trump em pleno processo de impeachment, não se pode ter certeza.

A viagem ao exterior neste momento é talhada para ser lida como sinal de confiança de que o processo naufragará em um Senado de maioria republicana, o que é mesmo mais provável.

Concretizada, porém, sua presença em Davos pode causar saias-justas.

Nos corredores acarpetados do centro de convenções o americano deve cruzar com (1) Greta, com quem mantém uma guerra verbal; (2) o vice-premiê chinês Han Zheng, com cujo governo trava uma guerra comercial em incipiente armistício; (3) o presidente iraquiano Barham Salih, cujo país foi usado pelos EUA como trampolim para uma quase-guerra com o Irã.

Folhapress
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