Foto: Adson Brito
O deputado estadual Jacó (PT) e o cantor e compositor Nelson Rufino 14 de fevereiro de 2020 | 17:45

Nelson Rufino recebe Comenda Dois de Julho na Assembleia nesta segunda-feira (17)

bahia

Autor de sucessos como “Todo Menino é um Rei” (1978) e “Verdade” (1996), gravado por grandes nomes da MPB, o cantor e compositor baiano Nelson Rufino recebe a Comenda Dois de Julho nesta segunda-feira (17), às 10h, em sessão especial no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia. Iniciativa do deputado estadual Jacó, o evento promete atrair amigos e parceiros do sambista, 55 anos de carreira e 77 de vida.

Oriundo da Escola de Samba Filhos do Tororó, Nelson Rufino compôs seu primeiro samba enredo, “Postais da Bahia”, em 1965, com o qual a escola foi campeã. Sua primeira música gravada foi “Alerta mocidade”, por Eliana Pittman, em 1970. Um ano depois, ganhou o primeiro festival de samba do Bloco Apaches do Tororó, com o samba “Blusão do ano passado”.

“Nunca pensei em ser artista”, diz o contemporâneo de Gil, Caetano, Paulinho da Viola e Milton Nascimento, todos nascidos em 1942. “Samba é para ser feito com carinho”, ensina o discípulo de Caymmi, a quem chama de “grande mestre”. Contrariando a regra, conta que fez “Amuleto da Sorte” a toque de caixa, a pedido da amiga e cantora Mariene de Castro. Em frente ao mar de Ipitanga, começou a cantarolar, foi para casa e terminou a música que fala de amor.

Na justificativa da concessão da mais alta honraria da Assembleia, o deputado Jacó lembra que Rufino, antes de se dedicar à música, teve uma passagem por outros campos. “Em 1962 foi para a carreira de jogador de futebol, treinou em dois times cariocas, mas a saudade bateu mais forte. Voltou para a Bahia com sua primeira composição no bolso ‘Bahia, meu primeiro travesseiro’ (…) E hoje é consagrado como um dos maiores sambistas do país, inclusive no meio dos ícones do samba brasileiro do eixo Rio/São Paulo, como Zeca Pagodinho, Dudu Nobre, dentre outros”.

“Conhece um ser humano agradecido? Sou eu”, diz o artista, poeta e devoto de Seu Genésio e Dona Chiquinha, seus pais. Aos 77, Rufino afirma que é “dignificante” estar ativo nessa idade, cantando e compondo. Autor das inéditas “Impermanência” e “O Mundo é dos Guerreiros”, fez show na Casa Ninja Bahia (Rio Vermelho) no último dia 12, ao lado de Caetano e das cantoras Teresa Cristina e Maryzelia.

SESSÃO ESPECIAL

Duas gerações vão se encontrar na homenagem a Nelson Rufino na sessão desta segunda-feira (17) na Alba: as crianças do bloco “Todo Menino é um Rei” e o grupo de senhoras do “Vivavós”, do bairro do Garcia. Para compor a mesa, são esperados amigos, intelectuais e autoridades, a exemplo de Edil Pacheco, Roberto Mendes, Vovô (Ilê Aiyê) e o professor Jayme Sodré.

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