Bolsonaro não faz mais nada além de dizer o que não se ouve; o que fazer com ele é a próxima etapa

Um presidente que ouve de um ministro o que Jair Bolsonaro ouviu de Luiz Henrique Mandetta (Saúde) perdeu completamente as condições de governar. É fato!

Disse Mandetta: “Quem tem mandato fala, e quem não tem, como eu, trabalha”, ao rebater “críticas” de Bolsonaro de que o ministro precisa ser mais “humilde”, ouvir mais o presidente.

Mais ouvir Bolsonaro como, se de sua boca só saem bobagens?

Em seguida, a mulher de Sérgio Moro foi às redes sociais para manifestar apoio a Mandetta. Pouco importa que tenha retirado a manifestação depois para não ampliar o pandemônio.

A situação mostra que Bolsonaro foi deixado de escanteio, enquanto o coronavírus avança, mata e sobrecarrega o sistema de saúde e cemitérios de Estados como São Paulo em sua escalada violenta contra a sociedade brasileira.

Nem que quisesse, Bolsonaro conseguiria continuar governando. Enquanto ele estrebucha em busca de um apoio popular para suas sandices que não vem nem aparecerá, outros tomam as decisões.

São eles o próprio Mandetta, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, cuja mulher já disse que está fechado com Mandetta, e o da Economia, Paulo Guedes, o mais fraco dos três.

Ao lado deles, ou mesmo os liderando, estão os militares, pelo que se imagina, principais articuladores desta saída para isolar o presidente administrativamente.

O que não é possível prever é até quando eles vão tolerar esta situação e mesmo o país um arranjo que, mesmo no médio prazo, é disfuncional.

O que farão – e algumas medidas já estão sendo pensadas – é o que se verá nos próximos dias sem prejuízo da avaliação já sacrementada de que Bolsonaro é mais problema do que solução em meio a uma pandemia.