Foto: Max Haack/Secom PMS
Bruno e Neto, vice e prefeito, em mais um evento destinado a apresentar medidas da Prefeitura contra a pandemia 28 de maio de 2020 | 08:47

Neto e Bruno fazem dobradinha imbatível, segundo pesquisa, por Raul Monteiro*

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A elevação na avaliação de gestores como o prefeito ACM Neto (DEM) e o governador Rui Costa (PT) indica que o discurso em defesa da vida superou aquele que parece se preocupar quase exclusivamente com a economia no enfrentamento da pandemia do coronavírus, à qual se atribuiu ontem no país a assustadora marca de mais de 25 mil mortos sem que seus familiares e amigos recebessem um único aceno de consternação por parte dos representantes do governo federal. Neto e Rui não têm se limitado a lamentar os óbitos que ocorrem na Bahia e no Brasil, mas agido, da maneira que podem, para enfrentar a crise sanitária.

Tomam iniciativas também, em alguma medida e dentro das limitações que os papéis reservados à Prefeitura e ao governo, respectivamente, lhes permitem, para colaborar com a economia. Reeleito com quase 74% dos votos em Salvador, em 2016, o prefeito bate, quatro anos depois, o percentual de 78,5% de aprovação, segundo pesquisa da Paraná em parceria com o Bahia Notícias, que aferiu 77% para o gestor estadual. Os números refletem não apenas a percepção da população de que ambos têm lutado para minimizar os efeitos da pandemia na capital e no Estado, como de que têm sido bem sucedidos num cenário de vácuo de coordenação nacional contra a Covid 19.

Depois de uma das últimas medidas, adotada também conjuntamente, os números lhes eram claramente favoráveis. Após quase 3 dias de feriado antecipado, o que incluiu os tradicionais festejos juninos, a Bahia ocupava, ontem, a 5ª posição no índice de isolamento social no ranking nacional, enquanto Salvador, o 3º lugar entre as capitais. São dados que repercutem, pelo menos neste primeiro momento, numa sucessão municipal igualmente atropelada pela pandemia, pela crise política que virou sinônimo desta gestão presidencial e pelo caos econômico que sobrevém à junção delas. Pelo visto, de forma muito favorável ao candidato de Neto.

De acordo com o mesmo levantamento, em um quadro com oito candidaturas, a maioria das quais alinhadas ao governador, o democrata Bruno Reis aparece como opção para 35,5% dos eleitores, o dobro do percentual com que desponta o deputado federal Sargento Pastor Isidório (Avante), que crava 16,7% nas intenções de voto. Isidório pertence a um partido da base do governo, o qual apóia abertamente, mas não é o preferido do governador. Escolhida por Rui para se filiar ao PT e entrar na disputa, a major Denice Santiago surge com 3,7%, muito atrás, portanto, da terceira colocada, Lídice da Mata (PSB), também do grupo governista, preferida de 11%.

É uma situação em que os números falam por si mesmos. A levar em conta a sondagem, Bruno só não será eleito prefeito de Salvador quando o pleito finalmente acontecer, provavelmente em dezembro, se houver uma interdição do destino. Nada impede ainda que a vitória ocorra em primeiro turno, mesmo porque não se sabe qual será o comportamento do eleitor no pós-pandemia, momento em que o processo eleitoral deverá ocorrer. De posse dos dados, restam aos adversários, entre os quais o governador, trabalharem do jeito que puderem para tentar impedir o sucesso do grupo do prefeito ou, pelo menos, diminuir a frente com que ele deve se dar.

* Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.

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