Foto: Jim Lo Scalzo/Agência EFE
Presidente dos EUA, Donald Trum 30 de maio de 2020 | 19:03

Trump diz que pode usar Exército para conter protestos pela morte de George Floyd

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O presidente Donald Trump disse nesse sábado (30) que os estados e cidades devem agir de modo “muito mais duro” contra os protestos realizados há quatro dias contra a violência policial e o racismo, ou então o governo federal irá tomar medidas, que podem incluir o uso de militares.

Na noite desta sexta, houve protestos em ao menos 30 cidades dos EUA, com confrontos e destruição em parte delas. Os atos pedem o fim da violência policial e do racismo no país e começaram em resposta à morte de George Floyd, que teve o pescoço prensado pelo joelho de um policial branco da cidade de Minneapolis.

“Governadores e prefeitos liberais devem agir de modo MUITO mais duro ou o governo federal irá avançar e fazer o que tem que ser feito, o que inclui usar o poder ilimitado de nossos militares e fazer muitas prisões”, disse Trump em um tuíte.

Trump disse ainda que 80% dos manifestantes em Minneapolis vieram de outros estados. “Eles estão danificando comércios (especialmente pequenos negócios de afroamericanos), casas, e a comunidade de bons e trabalhadores moradores de Minneapolis, que querem paz, igualdade e sustento para suas famílias”.

O presidente vem atacando os manifestantes desde sexta-feira (29), quando os chamou de “bandidos”. Numa mensagem no Twitter, ele colocou os militares à disposição do governador de Minnesota e lançou uma ameaça: “Quando os saques começam, os disparos começam”.

Na manhã deste sábado, Trump elogiou a atuação do Serviço Secreto ao defender a Casa Branca, alvo de protestos na sexta, e sugeriu que seus apoiadores podem ir para lá nesta noite.

“Os chamados ‘manifestantes’ gerenciados profissionalmente na Casa Branca tinham pouco a ver com a memória de George Floyd. Eles vieram só para causar problemas. O Serviço Secreto lidou facilmente com eles. Esta noite, eu entendi, é MAGA NOITE NA CASA BRANCA?”, publicou, em referência ao seu bordão de campanha, Make America Great Again (Faça a América grande de novo).

Neste sábado, Trump foi à Flórida, acompanhar o lançamento do 1º voo comercial tripulado da história, feito pela SpaceX para a Nasa. Enquanto isso, novos atos são realizados em Nova York, Washington e mais cidades. Em Austin, no Texas, uma estrada foi bloqueada por manifestantes.

Minneápolis, no estado de Minnesota, está sob toque de recolher neste fim de semana, o que permite a polícia prender pessoas que estejam nas ruas à noite. No entanto, a ordem foi ignorada na sexta, e os agentes, em menor número do que a multidão, não conseguiram conter os atos.

“A situação em Minneapolis não se trata mais do assassinato de George Floyd”, disse o governador democrata Tim Walz, na manhã de sábado. “Trata-se de atacar a sociedade civil, de incutir medo e perturbação às nossas grandes cidades.”

Walz pediu o envio de mais agentes da Guarda Nacional, e insistiu para que as pessoas fiquem em casa. Apesar disso, havia centenas de pessoas nas ruas de Minneapolis na tarde deste sábado.

Derek Chauvin, o agente que sufocou Floyd, foi preso na sexta. Caso condenado, poderá pegar ate 25 anos de prisão. Os outros três guardas que participaram da ação, Thomas Lane, Tou Thao e J. Alexander Kueng, também serão indiciados.

O caso de Floyd foi mais um de uma longa série de outros negros mortos pela polícia durante abordagens violentas. A de maior repercussão foi a de Eric Garner, em 2014 em Nova York, que deu origem ao movimento Black Lives Matter (vidas negras importam). Esta ação se tornou a principal articulação dos negros nos EUA na atualidade.

Folha
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