Foto: Divulgação/Arquivo
Disputa por vice de Bruno Reis segue forte no plano municipal 25 de junho de 2020 | 08:53

Vice de Bruno é hoje posto mais cobiçado em Salvador, por Raul Monteiro*

exclusivas

A pandemia do novo coronavírus pode ter até atropelado a campanha à sucessão municipal, que corre o risco – falta a posição da Câmara dos Deputados – de ver adiadas as eleições municipais para novembro, mas não tem sido suficiente para refrear articulações e os jogos estratégicos de candidatos a prefeito, a vice e a vereador, os quais continuam trabalhando a toda para firmar posições e armar as melhores jogadas para chegar ao objetivo final: ganhar e comemorar, quer seja em outubro ou mesmo novembro, a vitória.

Natural, portanto, que quanto mais favoritismo exibam, em mais alta rotação trabalhem os candidatos. É o caso, por exemplo, do prefeiturável Bruno Reis (DEM), apontado como favorito nas pesquisas, com o dobro das intenções de votos dos demais adversários, que não só tem gastado sola de sapato para subir e descer as comunidades de Salvador, como tem assistido a uma disputa ferrenha por sua vice entre nomes que se colocaram, no passado, como candidatos à posição que ocupa hoje de postulante único de seu grupo político, mas que, com o passar do tempo, foram vendo suas chances minguarem.

O embate registrado nos últimos dias entre o atual secretário municipal de Saúde, Leonardo Prates (PDT), e o presidente da Câmara Municipal de Salvador, Geraldo Jr. (MDB), mostrou que a cobiça pela vice de Bruno move hoje todas as peças na Praça Municipal, abalando relacionamentos políticos pacíficos até a deflagração da campanha. Apesar de, na prática, ter perdido as condições de concorrer por não ter cumprido o prazo de desincompatibilização, Prates fez dois movimentos importantes recentemente na Praça Municipal.

Além de ter nomeado o presidente do Patriotas, Jean Sacramento, para sua chefia de Gabinete, garantiu apoio à campanha de vereador do seu antecessor na secretaria, Daniel Alves, pelo PSDB, apoiado pelo tucano Tiago Correia, ex-vereador e suplente que assumiu sua vaga de deputado na Assembleia, por meio de um compromisso pelo qual não volta mais ao Legislativo estadual, dispensando o parlamentar de disputar uma vaga na Câmara Municipal nestas eleições. Assim, assegurou o apoio do Patriotas e do PSDB para o que der e vier no campo municipal.

A iniciativa levou a uma contra-ofensiva da parte de Geraldo Jr., que acordou com o Republicanos uma proposta de se apoiarem mutuamente para indicar o vice de Bruno – que pode ser ele ou um representante do partido -, confirmando a tese de que, no grupo do democrata e do prefeito ACM Neto (DEM), a posição é hoje, de longe, a mais cobiçada pelos políticos. Braço político da Igreja Universal, o partido viu ainda a proposta de abrir seus templos em plena pandemia ser aprovada em sessão virtual na Câmara.

* Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.

Raul Monteiro*
Comentários