02 de julho de 2020 | 13:07

Depois de tudo, Leonardo Prates só tem uma forma de se redimir com Bruno Reis

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De todos os nomes que ensaiaram disputar a Prefeitura de Salvador, este ano, o que se envolveu no processo mais sofrido e, por que não, desconcertante, foi, seguramente, o secretário municipal de Saúde, Leonardo Prates.

A despeito de praticamente todos os prognósticos que apontavam para a possibilidade de, no máximo, vir a ocupar a posição de vice, menos por sua competência do que pelas circunstâncias, sempre negou a realidade.

Mais do que isso, quando muitos indicavam a inconveniência da medida, deixou o DEM, partido do qual o prefeito ACM Neto é presidente e no qual foi forjado, para se aventurar por uma legenda com a qual guardava pouquíssima identidade, o PDT, ainda por cima, da base do governador Rui Costa (PT).

Para completar, para justificar a saída da agremiação, ainda arrumou uma briga e uma alegação de perseguição, apresentada formalmente à Justiça Eleitoral, na qual nem os bebês da Maternidade Climério de Oliveira acreditariam.

Nesse período – claro -, resolveu se colocar abertamente como adversário interno no grupo do vice prefeito, Bruno Reis, escolhido por Neto para seu sucessor.

Para alimentar o sonho da candidatura, na condição de cristão-novo pedetista e secretário municipal, tanto se esforçou que chegou ao ponto de receber afagos, em alguns eventos, do governador Rui Costa (PT). Rui, claro, devia se divertir na expectativa de que podia fornecer mais gás para ver o circo pegar fogo do lado adversário.

Como se não bastasse, alegando que precisava cuidar da saúde da população, Prates ficou na secretaria, desprezando o prazo de desincompatibilização eleitoral sob o argumento de que, com a mudança na data da eleição, teria uma segunda oportunidade para deixar o cargo.

Ontem, a Câmara dos Deputados bateu o martelo e prorrogou a data da eleição para 15 de novembro, mas, como o bom senso e o advogado Ademir Ismerim já haviam alertado trocentas vezes, o prazo de desincompatibilização não se alterou.

Portanto, o secretário municipal de Saúde que se indignava quando não encontrava eco à promessa de que era candidato a prefeito, continuava candidato a prefeito e seria candidato a prefeito, custasse o que custasse, deve ter finalmente se rendido à realidade.

Agora, depois de todo esse desgaste, só há uma forma de Prates se redimir: levar seu partido, o PDT, para o colo do pré-candidato do DEM à Prefeitura sem que o democrata precise fazer nenhum esforço.

Aliás, seria a única condição que Bruno, se estiver de bom humor, deveria colocar para restabelecer sua relação com o pedetista, depois do desgaste decorrente de ter convivido todo esse tempo em seu próprio grupo político, com absoluta paciência, com o único adversário à sua candidatura que se viu em toda a pré-campanha.

Bom… Na verdade, se, além de bom humor, o pré-candidato do DEM continuar com paciência e tiver um coração de mãe.

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