24 abril 2024
O sistema interno da FGV (Fundação Getulio Vargas), de acesso restrito a docentes e profissionais da instituição, mostra que o ex-ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, recebeu nota 10 de avaliação dos alunos dos cursos que lá ministrou.
O texto da FGV informando que Decotelli não era professor fixo da instituição foi considerado a gota d’água para que sua posse no MEC (Ministério da Educação) não vingasse.
À Folha Decotelli disse que, além ser determinante para seu pedido de demissão, o posicionamento da fundação teve a intenção de destruir sua imagem.
Embora não fosse contratado fixo da instituição, como ressaltou a FGV, Decotelli lecionou e ainda leciona na instituição.
As notas são calculadas com base na mediana das avaliações dadas pelos alunos ao final dos cursos. O sistema mostra apenas as avaliações dos últimos 18 meses. No caso de Decotelli, recebeu nota 10 de 25 turmas.
“A mediana mostra que ao menos 50% dos alunos deu nota 10 para o professor, o que é sensacional. É muito raro. Por isso que o Decotelli tem vários prêmios”, diz Carlos Magno da Silva Xavier, professor da FGV há mais de 20 anos. Ele já ministrou disciplinas em cursos de MBA com Decotelli.
“Ele tem o fino trato, cortês, muito inteligente nas colocações”, diz Xavier sobre o economista.
Ao Painel Decotelli confirma as avaliações de alunos
“É muito raro o desempenho de média 10”, diz, acrescentando que precisa “fazer justiça e recuperar a minha integridade pessoal e profissional”.
Ele afirma que ainda não decidiu se entrará na Justiça contra a FGV.
“Estou avaliando com minha família sobre o que fazer. Eu tenho oito netos que preciso proteger”, disse.
Painel/Folha de S.Paulo