Foto: Marcelo Casal Júnior/Agência Brasil
18 de setembro de 2020 | 07:23

Auxílios do governo foram destinados a produtos essenciais, dívida e poupança

economia

Sondagem especial do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da FGV) mostra que 13,5% dos brasileiros receberam algum tipo de renda extra por conta da pandemia, percentual que sobe para quase 30% entre as pessoas com renda mensal até R$ 2.100,00, por conta do auxílio emergencial a trabalhadores informais. Esse benefício foi pago a 9% das pessoas (27% nessa faixa de renda).

O levantamento também inclui o saque emergencial do FGTS ou por demissão e seguro desemprego, entre outros.

De cada R$ 100 dessa renda extra, R$ 31 foram para compra de bens essenciais, R$ 27 para pagamento de dívidas em atraso, R$ 20 para poupança e R$ 16 para outros gastos do dia a dia. Apenas R$ 2,3 foram destinados a bens como eletrodomésticos, móveis e roupas ou para serviços.

Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens do Ibre, afirma que os dados mostram a cautela do consumidor diante das incertezas em relação ao futuro da sua situação financeira. Apesar do reaquecimento da economia, há receio de aumento de desemprego e perda de renda com a redução e fim do auxílio emergencial.

“A crise sanitária não está resolvida completamente. As empresas estão voltando a sua rotina de trabalho, mas a crise sanitária ainda não acabou. Isso faz com que os consumidores retraiam seu consumo e fiquem cautelosos”, diz Bittencourt.

Ainda de acordo com a pesquisa, a caderneta de poupança foi o destino de 55% do dinheiro poupado, 24% foi para outros investimento de renda fixa e 6,8% estão guardados em casa.

Aplicações em ações foram o destino de 0,8% dessa renda extra (2,9% entre as pessoas de renda acima de R$ 9.600,01.

Nas sondagens, foram ouvidos 2.977 empresas e 1.517 consumidores, de 1º a 15 de setembro.

Folha de S.Paulo
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