Foto: Mateus Soares/Política Livre/Arquivo
Ana Paula Matos fez pequenas escolhas e assistiu a acontecimentos que acabaram colocando-a na vice de Bruno Reis 17 de setembro de 2020 | 10:29

Destino confabulou pela escolha de Ana Paula para vice de Bruno, dizem aliados

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Há uma convenção na política segundo a qual cargo majoritário, assim como candidatura a ele, pode ser destino. O caso parece cair como uma luva sobre a candidata a vice de Bruno Reis (DEM), Ana Paula Matos, do PDT.

Aliados contam que, do momento em que lhe recomendaram a desincompatibilização da secretaria de Promoção Social até a hora em que ouviu que seria a vice, passando pela filiação ao PDT, algumas decisões e sorte lhe favoreceram.

Ana Paula foi uma escolha pessoal do prefeito ACM Neto (DEM) como alternativa para companheira de chapa de Bruno. Foi ele que, vendo muito adiante, como sempre, sugeriu que deixasse a secretaria a tempo de concorrer na chapa.

Queria ter à disposição mais algumas opções, que incluíam, até aquele momento, entre outros, a ex-reitora da Uneb e ex-secretária Ivete Sacramento, a quem também recomendou que se desincompatibilizasse no mesmo momento.

O primeiro teste de fogo por que Ana Paula passou foi a escolha do partido a que se filiar. Havia duas opções – o Republicanos, ligado à Igreja Universal, e o PDT, então na base do governador Rui Costa.

Levando em conta o coração e mais sintonia com o ideário pedetista, ela optou pelo partido do deputado federal Félix Mendonça Jr. num momento em que não havia qualquer garantia de que ele marcharia com Bruno.

Detalhe: teria sido alertada pelo próprio candidato de que o partido tanto poderia apoiá-lo, dando a ela a chance de se tornar sua vice, como permanecer com o governo e apoiar a candidata do PT, major Denice Santiago.

Em seguida, viu, no mesmo partido, Leonardo Prates perder o cavalo selado quando – dizem que por sugestão do prefeito – decidiu ficar no governo na expectativa de que uma emenda dilatasse o prazo de desincompatibilização.

Ana Paula tomaria conhecimento de que Ivete, devido a um problema bobo relativo à sua gestão como reitora da Uneb, capaz, no entanto, de impugná-la, estava impedida quase ao mesmo tempo em que o PDT fechava com Bruno.

Por outro lado, o PRB, partido de Ivete, fragilizava-se para indicar outro nome a vice, depois de integrar o chamado “Centrinho”, liderado por Geraldo Jr. (MDB) na Câmara, e receber um sinal de Brasília para ficar com Bruno.

O próprio Geraldo Jr. (MDB) convenceria-se de que não tinha a menor condição de sair a vice, que lhe havia sido oferecida mais como cortesia do que para valer, preferindo ficar na Câmara e tentar a reeleição para presidente.

Com o espaço aberto pela ausência de concorrentes e as pesquisas internas do grupo indicando que suas qualidades complementavam as de Bruno na chapa, Ana Paula viu Neto bater o martelo e o candidato recebê-la de braços abertos.

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