Foto: André Dusek/Estadão
Banco Central 29 de setembro de 2020 | 12:23

‘O maior medo dos bancos é perder a relação direta com os clientes’, diz diretor do BC sobre open banking

economia

O diretor de regulação do Banco Central, Otávio Damaso, afirmou que o maior medo dos bancos com relação ao Open Banking é perder a relação direta com seus clientes.

“Vejo que o maior medo dos bancos é perder a relação direta com seus clientes, que plataformas entrem no meio do caminho”, afirmou em evento da Uqbar nesta terça-feira (29).

O open banking, ou Sistema Financeiro Aberto, será uma plataforma pela qual o consumidor poderá compartilhar seus dados financeiros com outras instituições em busca de condições de crédito melhores.

“As instituições estão reagindo a esses processos, para a evolução do sistema com a participação de todos. Nosso maior objetivo é que o consumidor tenha condições de fazer a melhor escolha”, completou.

O diretor usou o exemplo do WeChat, plataforma chinesa que faz intermediação de pagamentos e produtos financeiros, entre outros serviços.

“É uma empresa que vende produtos e o cliente adquire aquele produto sem saber que por trás tem uma instituição. Os dados do cliente fluem pela plataforma e os dados são o ouro da vez”, disse.

A primeira fase do novo modelo começa a funcionar em novembro, quando os bancos compartilharão as informações de seus produtos financeiros para padronização.

Como será implementado em etapas, os clientes só poderão utilizar a ferramenta em outubro do próximo ano.

O objetivo é que o cliente consiga empréstimos mais baratos, o que aumenta a concorrência no setor.

“As informações dos clientes não transitam no BC. Um dado poderá ser passado de um banco A para um banco B em um clique”, explicou Damaso.

Na prática, por meio de uma plataforma, ele terá acesso aos produtos financeiros de outras instituições e poderá escolher o mais vantajoso. Para isso, ele precisará ceder dados pessoais e bancários.

O consumidor poderá escolher se quer ou não compartilhar suas informações.

Apenas os grandes bancos serão obrigados a entrar no sistema.

Já os menores e outras empresas, como administradoras de meios de pagamentos e fintechs [empresas de tecnologia ligadas a finanças], poderão optar por participar, desde que também forneçam informações.

A plataforma será gerida pelo próprio mercado, mas terá de seguir o padrão estabelecido pela autoridade monetária.

Folhapress
Comentários