Foto: Katna Baran/Estadão
João Amoêdo 25 de outubro de 2020 | 16:30

Grupo bolsonarista tenta tirar Amoêdo do comando do Novo

brasil

Uma ala bolsonarista dentro do Partido Novo se movimenta para tentar tirar João Amoêdo da direção da legenda, que há tempos vem sofrendo abalos internos. Desde a eleição presidencial, o partido vem se “bolsonarizando” — o que incomoda Amoêdo, fundador e ex-presidente da sigla, além de seus aliados. Já existe, inclusive, um movimento para substituí-lo pelo governador Romeu Zema (MG), mais alinhado ao presidente Jair Bolsonaro.

As eleições municipais são vistas internamente como definidoras da bússola que o Novo deve seguir a partir de 2021. Se a ala bolsonarista eleger mais vereadores, a guinada será mais à direita e deve fortalecer Zema como o próximo presidenciável. O contrário beneficia Amôedo.

Mas o ex-presidente do Novo vem se isolando em seu próprio partido. No começo do ano, após Sergio Moro acusar Bolsonaro de interferência na Polícia Federal, Amoêdo defendeu a renúncia ou o impeachment do presidente desagradou a alguns quadros.

As queixas se devem ao fato de que ele, que concorreu à presidência da República em 2018 e hoje não exerce mais funções administrativas na legenda, não quer “largar o osso”, segundo avaliação do grupo mais alinhado aos ideais de Bolsonaro.

Um integrante do partido, que pediu anonimato, afirmou que há insatisfação porque Amoêdo “não deixa os outros opinarem sobre nada nas redes sociais” e “criou um partido” para ele, sem ter a disposição de “tirá-lo das asas”.

Amoêdo disse concordar que as eleições municipais podem mudar o rumo do Novo. Mas se disse confiante de que os diretórios vão saber manter o “DNA liberal” do partido. Ele criticou uma eventual candidatura de Zema à Presidência em 2022.

“Nesse caso, você não poderia, por exemplo, colocar o Zema como opositor ao Bolsonaro (em 2022), já que ele entende que o presidente está fazendo um bom governo. Para mim, seria incoerente”, diz Amoêdo.

As informações são do jornal O Globo.

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