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A tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), espécie ameaçada de extinção, estava encalhada na praia de Piracanga, em Maraú 25 de outubro de 2020 | 19:45

Inema concentra esforços para salvar tartaruga ameaçada de extinção encalhada em Maraú

bahia

Para salvar uma tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), espécie ameaçada de extinção, encalhada na praia de Piracanga, em Maraú, na última quinta-feira (22), técnicos do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), da Unidade Regional (UR) de Ilhéus e da Coordenação de Gestão de Fauna (CGFAU), em conjunto com especialistas da ONG Coração de Tartaruga, se mobilizaram sábado (24) para encaminhar o animal até a Fundação Projeto Tamar, no município de Mata de São João, que atua há 40 anos na pesquisa, manejo e proteção das tartarugas marinhas no Brasil.

Fêmea, pesando cerca de 300 quilos e com o comprimento curvilíneo da carapaça de 1,53 m, a tartaruga foi vista encalhada pela primeira vez no dia 15 de outubro, em Ilhéus, e posteriormente no dia 18, segundo relatos recebidos por técnicos do Inema lotados na região cacaueira. Para a coordenadora da UR Sul, Cibelle Pinto, na última quinta-feira o Inema foi acionado e prontamente mobilizou a equipe com o intuito de realizar o resgate.

“Por volta das oito horas fomos informados de que havia uma tartaruga-de-couro encalhada na Praia de Piracanga, em Maraú com as mesmas características do indivíduo encalhado em Ilhéus. O animal apresentava ausência da nadadeira anterior direita, caracterizando o terceiro encalhe deste animal. Fomos em conjunto ao local para iniciar os procedimentos de resgate e estabilização”, relatou a coordenadora.

Os técnicos do Instituto, André Nascimento e Luciana Rosa, que acompanharam o animal em sua chegada, afirmam que numa primeira avaliação clínica a tartaruga demonstrou a presença de graves escoriações por todo o corpo, inclusive com exposição do osso do crânio.

O médico veterinário Rodrigo Lopez, da ONG Coração de Tartaruga, que também acompanhou o resgate afirmou que todos os procedimentos possíveis foram adotados visando salvar a espécie ameaçada de extinção. “Após discussão do caso com os órgãos competentes (Tamar – ICMBio e Inema), veterinários do Projeto Tamar e Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (IPRAM-ES) optou-se pela remoção do animal para piscina compatível com o tamanho da espécie visando teste de flutuabilidade e natação, dando início aos procedimentos de suporte a vida”, afirmou o médico veterinário.

Após a transferência para o projeto Tamar, em Arembepe, na cidade de Camaçari, o animal encontra-se isolado na piscina sob observação e mantém o quadro de saúde estável.

A médica veterinária e coordenadora da Fundação Projeto Tamar, Thais Pires, recebeu o animal na noite de sábado após pouco mais de 10h de viagem, onde indivíduo recebeu todos os cuidados necessários acompanhado por um especialista. Segundo a médica, a situação da tartaruga é muito delicada, mas uma equipe de especialistas do projeto segue monitorando.

“A gente está fazendo de tudo para recuperar esse animal, mas sabemos que a reabilitação de tartaruga-de-couro é um grande desafio por conta das suas características. Ele é um animal de grande porte, muito sensível e a gente sabe que o desafio é grande, mas faremos de tudo que for melhor para esse indivíduo”, avaliou.

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