Foto: Isac Nóbrega/PR
Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada 05 de dezembro de 2020 | 10:00

Bolsonaro pede luzes apagadas e diz fazer o mesmo no Palácio da Alvorada

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Haja corpo de atleta. Se o presidente Jair Bolsonaro tiver de cumprir, de fato, a promessa de apagar “todas as luzes do Palácio da Alvorada”, como disse em sua live da última sexta-feira (4), vai ter que se empenhar para dar conta de desligar os interruptores de uma das maiores propriedades de Brasília.

O Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, é um dos maiores consumidores de quilowatts da capital federal. O terreno de 36 mil metros quadrados, nas margens do lago Paranoá, está repleto de iluminações que passam por sua lagoa privada, heliponto, espelho d’água, capela, estacionamento, campo de futebol, piscina olímpica com churrasqueira e bar e jardim particulares.

Há ainda os 10 mil metros quadrados de área construída do Alvorada, com seus três pavimentos de estilo modernista. Para baixar sua conta de luz, o presidente precisa percorrer ainda os oito quartos da residência, o subsolo que abriga um auditório para 30 pessoas, a sala de jogos e o almoxarifado, além da despensa, cozinha, lavanderia e a área de administração do Palácio.

“Eu apago todas as luzes do Palácio do Alvorada, não tem por quê. Tenho certeza de que você que está em casa pode apagar uma luz agora. A gente pede que apague uma luz para evitar desperdício, toma banho um pouquinho mais rápido”, comentou Bolsonaro.

A Secretaria-Geral da Presidência informou que a média mensal de gasto com energia elétrica, em 2020 (janeiro a novembro) do Palácio da Alvorada foi R$ 16,3 inferior à média mensal do gasto contabilizado em 2019. Já no Palácio do Planalto, em 2020, a média mensal de gasto com energia elétrica foi R$ 22,2 menor que 2019. Por mês, a conta de luz do Alvorada oscila entre R$ 75 mil a R$ 80 mil. No Palácio do Planalto, a variação da conta é de R$ 130 mil a R$ 150 mil mensais.

Ao pedir que as pessoas não demorem tanto no banho e que apaguem suas luzes, Bolsonaro dá voz aos alertas que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pediu que chegasse à população.

Em nota técnica emitida na última segunda-feira, 30, a agência afirma: “entende-se ser importante que os consumidores do País sejam informados sobre o grau de escassez atualmente vivenciado para as condições de oferta de energia elétrica em escala nacional.”

Estadão
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