Foto: Divulgação/Arquivo
Ex-deputado, Zé Cocá foi eleito prefeito de Jequié no ano passado 28 de fevereiro de 2021 | 08:58

Futuro presidente da UPB, Zé Cocá aposta em pauta ‘sem ficção’ na entidade e na consolidação da união de Rui e Leão em 2022: ‘eles se entendem’

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Prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP) será eleito em março presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) como candidato único, fruto de uma costura realizada por ele próprio entre os colegas de entidade com a ajuda do comando do PP.

A chegada ao posto se deu após seu partido perder a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia para o PSD. Para ele, a pauta da UPB será feita com base na realidade, com “quatro ou cinco” temas urgentes.

“Quero ser lembrado pela união. Uma UPB forte, unida. Se as cidades estiverem estiveram juntas, ninguém segura a gente. A pauta não é uma ficção, mas é conjunta, com os municípios, principalmente para que os pequenos sejam vistos. Fui prefeito de uma cidade de 5 mil habitantes, às vezes brigamos por 30 mil reais. Temos que nos unir”, indica.

Ligado ao governador Rui Costa (PT), Cocá aposta na união do petista e do vice-governador João Leão (PP) para a eleição de 2022. Ele conhece as divergências, mas pontua: “eles se entendem”.

À frente da prefeitura da “Cidade Sol”, Zé Cocá diz que enfrenta um caos administrativoa, mas que vai recuperar, inclusive, a capacidade de investimento do município.

Política Livre – O que te motivou a disputar a presidência da UPB?
Zé Cocá – Eu não era candidato, mas vários amigos me solicitaram, sempre fui municipalista, participei muito da UPB quando fui prefeito pela primeira vez e, por consenso, eu aceitei. Graças a Deus, compomos e todos os grupos nos apoiaram. Será uma candidatura de consenso.

Às vezes parece que a UPB está sempre lutando pelas mesmas pautas. O senhor acha que as reivindicações caminham?
Avançam, mas precisamos avançar muito mais. Se não fosse a Bahia, o 1% de julho do governo federal para as cidades não sairia. Temos a luta agora pelo 1% de setembro. Temos que abraçar pautas, como o INSS dos municípios. É um absurdo um time de futebol pagar 5% e uma Prefeitura pagar 22,5%. Vamos entrar nessa briga. Os municípios de pequeno porte passam dificuldade. Todos os municípios estão com déficite previdenciário. Precisamos do parcelamento de 240 meses. Vamos debater também os royalties com o governo do Estado. Pautas emergentes, rápidas. Irei discutir com municípios para forcarmos em quatro ou cinco pontos e resolver.

No governo federal já chegou a se cogitar a incorporação de municípios pequenos a outros maiores. O que o senhor pensa sobre isso?
Acho um absurdo. Não vai pra frente. O que tem que mudar são muitas regras e não acabar municípios. E a vida desses municípios? Isso não vai pra frente.

Em entrevista recente a este Política Livre, o deputado Robinho, do seu partido, disse que UPB não era nada. Como o senhor recebe esse tipo de fala?
Eu acho que Robinho não soube se expressar. Ele é um grande amigo, já me ajudou muito. De ponta de estrutura, é incomparável, claro que a Assembleia é maior, mas a UPB é muito importante na Bahia. Discutimos o municipalismo, 417 prefeitos unidos podem fazer qualquer luta, qualquer causa. Quem vai ganhar é o povo.

Qual marca você quer imprimir na UPB?
Quero ser lembrado pela união. Uma UPB forte, unida. Se as cidades estiverem juntas, ninguém segura a gente. A pauta não é uma ficção, mas é conjunta, com os municípios, principalmente para que os pequenos sejam vistos. Fui prefeito de uma cidade de 5 mil habitantes, às vezes brigamos por R$ 30 mil. Temos que nos unir.

Como o senhor vê o PP nos próximos anos?
Temos um partido forte, várias lideranças. Cáca Leão [deputado federal] é muito articulado, nosso vice governador também. Acredito na relação Rui e João Leão. Pessoalmente, tenho relação com Rui. Um dos políticos mais ágeis que conheço. Tenho certeza que vão caminhar de mãos dadas. Todo setor tem divergências de ideias, mas no final o entendimento é único. Eles dois se entendem.

O senhor vai ser presidente da UPB, mas a cidade da qual o senhor se elegeu prefeito, Jequié, dizem que não está com vida fácil.  Nos últimos anos, muitas interrupções de mandatos dos prefeitos, muitos problemas. Como vai se dedicar a duas tarefas tão complicadas?
Quando me propus a ser presidente, chamei todo pessoal que ia ser da diretoria para me ajudar, para debater em todas as cidades. Claro que agora é domingo a domingo, não é mais de segunda a sexta. A situação da cidade é muito ruim, mais de R$ 100 milhões de débito. Temos um débito do INSS de mais de R$ 40 milhões, vive um caos administrativo. Estamos apertando, cortando tudo que não é essencial. Pagamos os salários de dezembro, janeiro, hoje (26) pagamos fevereiro. Daqui a um ano, vamos equilibrar a folha. Hoje a cidade não consegue fazer nada, estrada, educação. Estamos trabalhando para trazer investimentos para que a gente consiga movimentar.

Alexandre Galvão
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