Foto: Reprodução/TV Globo
Novo apagão atinge 15 dos 16 municípios do Amapá, mas energia começa a ser retomada 08 de abril de 2021 | 21:30

Cidades do Amapá têm novo apagão; problema afeta 15 dos 16 municípios

economia

A CEA (Companhia de Eletricidade do Amapá) informou na noite desta quinta (8) que o fornecimento de energia foi interrompido em 15 das 16 cidades do estado. O problema teria sido causado por falha no sistema de transmissão que conecta Macapá ao resto do país.

São as mesmas cidades afetadas pelo apagão de novembro de 2020, após explosão em uma subestação na capital. O sistema de transmissão, que inclui subestações e linhas, é operado pela LMTE (Linhas de Macapá Transmissão de Energia).

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) diz que a interrupção ocorreu às 18h34, derrubando uma carga de 200 MW (megawatts). O processo de recomposição, segundo o operador, começou às 19h02. Em 2020, as cidades afetadas conviveram com problemas no abastecimento por 21 dias.

Em nota, o ONS afirmou que avaliará as causas da ocorrência junto aos agentes envolvidos.

Em fevereiro, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aplicou multa de R$ 3,6 milhões à LMTE, alegando que o apagão foi provocado por falhas de manutenção em suas instalações. Foi a maior multa da história da agência, em termos de percentual sobre o faturamento de um agente do setor.

A fiscalização da Aneel diz ter encontrado 21 não conformidades na instalação, entre elas a indisponibilidade de um dos três transformadores da subestação, que estava parado desde dezembro de 2019, e poderia ter sido usado após a explosão, que danificou os outros dois equipamentos.

Em recurso, a empresa alega que as conclusões da Aneel sobre falhas de manutenção foram tomadas antes do fim do resultado das perícias e que não foram investigadas as responsabilidades de outros agentes do setor elétrico responsáveis pelo planejamento da segurança energética do Amapá.

O estado é conectado ao sistema interligado nacional de energia por linhas de transmissão que partem da usina hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, rumo a Manaus, com uma perna até Macapá. O único município que não foi afetado, Oiapoque, não está ligado a esse sistema.

Em relatório sobre o apagão de 2020, o ONS pediu estudos para a construção de uma nova subestação no estado, criando mais um sistema de redundância em caso de emergência com as outras.

Além dos transtornos causados à população, o apagão provocou o adiamento do primeiro turno das eleições em Macapá. O Amapá tem três hidrelétricas, podem gerar até 950 MW, quase três vezes o consumo do estado, que operavam com capacidade reduzida quando o transformador explodiu, derrubando o sistema de transmissão.

Nicola Pamplona/Folhapress
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